Fibromicovid: associação entre fibromialgia e COVID-19

Fibromialgia e COVID-19 : Qual a associação ?

Neste post publicaremos um estudo que fala entre a associação entre Fibromialgia e COVID-19.

Fibromialgia e COVID-19

A COVID-19, doença que é causada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2 ( síndrome respiratória aguda grave coronavírus 2), pode causar a síndrome pós COVID-19  , também conhecida como PACS ( Post Acute Covid-19 Syndrome).   Esta síndrome é caracterizada por uma grande variedade de sintomas, incluindo fadiga, distúrbios do sono, problemas cognitivos e queixas musculoesqueléticas. 

Em um estudo publicado recentemente no jornal RMD Open, um grupo de pesquisadores procurou investigar a prevalência e os fatores preditores de fibromialgia (FM) em pacientes que se recuperaram de COVID-19. Os autores deste estudo descobriram que as características clínicas da fibromialgia são bastantes comuns em pacientes que se recuperaram do COVID-19. Pessoas obesas e os homens teriam maior risco de desenvolver fibromialgia pós-COVID-19 de acordo com o estudo.

O que é fibromialgia?

Fibromialgia é uma doença crônica que causa dores musculoesqueléticas difusas, bem como distúrbios do sono, cansaço e distúrbios cognitivos. Pessoas com FM costumam ser mais sensíveis à dor.

A FM afeta cerca de 4 milhões de adultos nos Estados Unidos, o que representa aproximadamente 2% da população adulta. Apesar da causa ainda ser desconhecida, a condição pode ser tratada e controlada  com eficácia.

PACS

Alguns pacientes que se recuperam da fase aguda da COVID-19 podem apresentar sintomas persistentes. E esses sintomas crônicos estão surgindo como um novo desafio para os sistemas de saúde.

Também conhecida como PACS, a síndrome pós COVID-19  está sendo reconhecida como uma complicação de longo prazo da COVID-19. A dor musculoesquelética, sintoma principal na FM, foi descrita em um terço dos pacientes com COVID-19 aguda. E a dor persistente é um sintoma característico da PACS, juntamente com sequelas pulmonares, cardiovasculares, renais, dermatológicas, gastroentéricas e endocrinológicas.

A patogênese da FM ainda não foi totalmente compreendida até o momento. Os cientistas acreditam que a percepção errada da dor parece estar ligada a modificações neuromorfológicas e a um desequilíbrio entre as vias da dor. Essas modificações podem ocorrer como resultado de eventos de vida estressantes, predisposição genética, neuroinflamação e características psicológicas, entre outras causas.

Sobre o estudo

No presente estudo, os pesquisadores realizaram uma pesquisa baseada na internet para investigar a prevalência de fibromialgia em pacientes sintomáticos pós-COVID-19. Os autores deste estudo também queriam determinar os fatores preditivos para desenvolvimento da síndrome da fibromialgia pós-COVID-19.

Para conseguir chegar aos objetivos do estudo, a equipe coletou dados entre 5 e 18 de abril de 2021. A coleta dos dados foi  através de um formulário online criado com a plataforma Google Forms, uma ferramenta gratuita de administração de pesquisas. Além disso, a equipe definiu a presença de FM nos participantes usando os critérios do Colégio Americano de Reumatologia (ACR), juntamente com a escala de gravidade dos sintomas da fibromialgia (EGC).

O formulário criado continha 28 perguntas que reúnem informações demográficas, características e duração do quadro agudo da COVID-19, presença de problemas de saúde e outros atributos como altura e peso.

Resultados do estudo

Ao todo, 616 pessoas preencheram o formulário, dos quais 77,4% eram mulheres. O estudo demonstrou que características clínicas da fibromialgia são comuns após os pacientes se recuperarem da COVID-19. Os pesquisadores estimam uma prevalência de 31%.

Os entrevistados que preencheram critérios para fibromialgia apresentaram uma forma mais grave do COVID-19, em especial aqueles que haviam sido hospitalizados ou necessitavam de suporte de oxigênio. O desenho do estudo, no entanto, não permitiu uma definição precisa da gravidade do COVID-19. O estudo também mostrou que os homens e os obesos têm um risco aumentado de desenvolver sintomas graves após infecção por COVID-19.

“Nossos dados sugerem que os sintomas da fibromialgia são comuns em pacientes que se recuperaram do COVID-19 e que a obesidade e o sexo masculino aumentam o risco de desenvolver fibromialgia pós-COVID-19.”

Os pesquisadores também informaram que em razão do aumento no número de casos de COVID-19, os reumatologistas podem encontrar um aumento acentuado no número de casos de uma nova condição de saúde chamada “FibroCOVID”.

Texto publicado em News Medical Life Science

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