Síndrome de Eagle: o que é, diagnóstico e tratamento

O que é a síndrome de Eagle?

A Síndrome de Eagle é uma condição clínica em que o  processo estilóide do osso temporal (uma estrutura óssea craniana localizada no pescoço) se tornam alongados de forma anormal ou desenvolvem calcificações adicionais. Esse alongamento ou calcificação pode causar compressão de estruturas vizinhas, como nervos e vasos sanguíneos, resultando em sintomas variados. Acomete homens e mulheres igualmente, sendo mais comumente detectada por volta dos 50 anos.

Qual a causa da síndrome de Eagle?

A etiologia do da síndrome de Eagle é incerta, mas existem algumas hipóteses, como:

  • Origem congênita (um processo estilóide anormalmente longo ou um processo estilóide malformado)
  • Calcificação parcial ou total do ligamento estilo-hióideo;
  • Hiperplasia reativa, ou seja, ossificação decorrente de fatores estimuladores como, por exemplo, traumas;
  • Pacientes que fizeram amigdalectomia
  • Espessamento (supercrescimento ou hipertrofia) do ligamento estilo-hióideo
  • Flexão excessiva de cabeça e pescoço, como observado em pacientes com pescoço de texto (olhando para baixo ou uso excessivo de laptops, telefones, tablets ou outros dispositivos portáteis)
  • Lesões esportivas ou lesões cervicais (especialmente em pessoas com um processo estilóide mais longo)

Quais os sintomas da Síndrome de Eagle?

Apenas 4 a 10% dos pacientes são sintomáticos. Nesses casos, os sintomas mais frequentes são:

  • Dor na região da face, garganta, língua ou mandíbula.
  • Sensação de um corpo estranho na garganta.
  • Dor de cabeça.
  • Dor de ouvido.
  • Dificuldade em engolir.
  • Dor ao movimentar o pescoço.
  • Perturbação visual, tontura e síncope (casos mais graves)

A síndrome pode ser dividida em duas categorias: carotídea e clássica. Os pacientes com o tipo carotídeo sentirão dor ou desconforto no osso parietal do crânio (lado e topo da cabeça) ou na região orbital superior (topo da cavidade ocular). Em comparação, aqueles com síndrome de Eagle clássica apresentarão a sensação de ter um corpo estranho na garganta, levando a dificuldade de deglutição

Como é realizado o diagnóstico? 

Geralmente, realiza-se o diagnóstico através de uma abordagem clínica combinada com exames de imagem. Aqui estão os principais passos no processo diagnóstico:

Histórico clínico e exame físico:

O profissional inicia a avaliação coletando informações sobre os sintomas do paciente, histórico médico pessoal e familiar, além de realizar um exame físico da região do pescoço e cabeça para detectar sensibilidade e dor ao toque. É necessário que o cirurgião dentista realize a palpação da fossa tonsilar com o dedo indicador, enquanto o paciente permanece com a boca semiaberta. Geralmente, o paciente com Síndrome de Eagle costuma relatar dor durante a palpação.

Exames de imagem: 

A utilização de exames de imagem é crucial para confirmar o diagnóstico. As radiografias oferecem importante suporte ao se tratar de casos assintomáticos, pois, por meio destas, é possível medir o comprimento do processo estilóide. Para tanto, podem ser utilizadas radiografias panorâmicas e tomografia computadorizada.

A tomografia computadorizada (TC) é o método mais comum para visualizar o processo estilóide e suas estruturas adjacentes. Através da TC, é possível medir o comprimento do processo estilóide e verificar se há compressão de estruturas nervosas ou vasculares próximas.

síndrome de Eagle

Diagnóstico diferencial: 

Devido à natureza variável de seus sintomas, a Síndrome de Eagle é muitas vezes diagnosticada erroneamente como uma das muitas outras condições, incluindo:

Neuralgia do trigêmeo: É uma condição que causa dor intensa e súbita em um lado do rosto, devido à irritação do nervo trigêmeo.

Disfunção da articulação temporomandibular (ATM): Problemas na articulação que conecta o maxilar inferior ao crânio podem causar dor facial e dificuldade em abrir a boca.

Infecções da garganta: Amigdalite, faringite, laringite ou infecções respiratórias superiores podem causar dor na garganta e sensação de algo preso.

Câncer na região da garganta ou da tireóide: Em casos raros, tumores na região do pescoço podem causar sintomas semelhantes à Síndrome de Eagle.

Além das condições acima, existem outras doenças que fazem parte do diagnóstico diferenciam como: artrite cervical, mastoidite, sialoadenite, sialolitíase, diverticulose esofagiana, arterite temporal, dor miofascial, terceiros molares impactados ou não irrompidos e enxaqueca.

Qual o tratamento?

O tratamento para a Síndrome de Eagle pode ser conservador ou cirúrgico, dependendo da gravidade dos sintomas e do grau de compressão das estruturas circundantes. O tratamento conservador inclui:

  • Medicação analgésica e anti-inflamatória para alívio da dor e da inflamação.
  • A combinação alternativa de anticonvulsivantes, antidepressivos, neuromoduladores e aplicação de anestésicos também são opções terapêuticas
  • Terapia de calor local para reduzir o desconforto.
  • Fisioterapia para fortalecer os músculos do pescoço e melhorar a mobilidade.

No entanto, em alguns casos mais graves, quando o tratamento conservador não é eficaz ou os sintomas são graves, pode-se considerar a cirurgia para corrigir o problema. Durante a cirurgia, o osso estilóide ou a calcificação é removida para aliviar a compressão e os sintomas associados.

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