A medicação Mavacamten mostrou potencial para tratar mais do que apenas sintomas em pacientes com cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva
Recentemente, foi apresentado no Congresso Europeu de Cardiologia e publicado simultaneamente no The Lancet, o estudo EXPLORER-HCM. Este estudo procurou avaliar a eficácia e segurança da medicação mavacamten, um inibidor de miosina cardíaca de primeira classe, na cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva sintomática.
Desenho do Estudo
Ensaio randomizado, duplo-cego, controlado por placebo, realizado em 68 centros médicos em 13 países. Foram selecionados 251 pacientes com cardiomiopatia hipertrófica com gradiente de VSVE (via de saída do ventrículo esquerdo) de 50 mm Hg ou mais e classe funcional II-III de NYHA (classificação que avalia o grau de insuficiência cardíaca) para receber a medicação mavacamten (começando com 5 mg) ou placebo por 30 semanas. As visitas para avaliação do estado do paciente ocorreram a cada 2–4 semanas. Nessas avaliações seriadas eram realizados ecocardiograma, eletrocardiograma e coleta de sangue para exames laboratoriais e concentração plasmática do mavacamten.
O endpoint primário foi um aumento de 1,5 mL / kg por min ou mais no consumo de oxigênio de pico (pVO2) e pelo menos uma redução da classe NYHA ou um aumento de 3,0 mL / kg por min ou mais no pVO2 sem piora da classe NYHA na semana 30. Os desfechos secundários avaliaram as mudanças na capacidade de exercício, sintomas, obstrução da VSVE, estado funcional e qualidade de vida.
Resultados
Os resultados mostraram que 45 (36,6%) pacientes com mavacamten atingiram o desfecho composto primário na semana 30 em comparação com 22 (17,2%) pacientes com placebo (p = 0,0005). Todos os desfechos secundários, incluindo gradiente de VSVE pós-exercício e resultados relatados pelo paciente, também demonstraram melhorias estatisticamente significativas para mavacamten em comparação com placebo (todos p <0,0006). Nenhuma diferença significativa na segurança e tolerabilidade foi observada com mavacamten e placebo.
De acordo com os autores, os resultados do EXPLORER-HCM sugerem “eficácia significativa da primeira terapia farmacológica para abordar a base fisiopatológica da cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva”. Eles acrescentam que “uma avaliação de longo prazo do estudo fornecerá evidências adicionais para o benefício clínico e a segurança do mavacamten ao longo de cinco anos”.
Conclusão
O tratamento com mavacamten melhorou a capacidade de exercício, a obstrução da VSVE e a classe funcional da NYHA em pacientes com cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva. Além disso, houve melhora na qualidade de vida.
Cardiologia – Curitiba
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Dr. Alexandre L. S . Avellar Fonseca – Cardiologista