Epicondilite medial e lateral

Epicondilite – sintomas, diagnóstico e tratamento

O que é epicondilite?

Epicondilite é uma condição clínica caracterizada por dor em uma área específica do cotovelo conhecida como epicôndilo ( imagem abaixo).  O epicôndilo são projeções ósseas localizadas no osso úmero onde se inserem ligamentos e tendões dos membros superiores.  Apesar do nome “epicondilite” designar inflamação no epicôndilo, diversos estudos mostraram a ausência de processo inflamatório nos tendões que se inserem no local.  Atualmente sabe-se que a epicondilite é decorrente de um processo degenerativo dos tendões devido uma resposta falha na reparação do tecido local.

Epicondilite  - Osso úmero onde se encontram os epicôndilos
Imagem do epicôndilo lateral e medial do osso úmero

Qual a diferença de epicondilite lateral e medial?

A epicondilite pode ser lateral quando compromete o epicôndilo lateral , mais conhecido como “cotovelo de tenista” e pode ser medial quando compromete o epicôndilo lateral , também conhecido como “cotovelo de golfista”.

Epidemiologia e fatores de risco

População geral e fatores de risco ocupacionais

A literatura mostra uma incidência de aproximadamente 1 a 3 por cento da população em geral. Alguns fatores aumentam o risco de desenvolvimento de epicondilite como:

Tabagismo

Obesidade

– População na 4ª e 5ª década de vida

– Movimento repetitivo por pelo menos duas horas por dia

– Atividade vigorosa ( por exemplo, cargas físicas acima de 20 kg)

Fatores que se correlacionam com um pior prognóstico incluem esforço físico elevado no trabalho, envolvimento do lado dominante, dor cervical concomitante (com ou sem sinais de envolvimento radicular), duração dos sintomas maior que três meses e dor intensa no início dos sintomas.

Epidemiologia no tênis e fatores de risco

O cotovelo foi a articulação mais comumente lesionada em jogadores recreativos de tênis, compreendendo aproximadamente 20% de todas as lesões. O risco aumenta com a idade, assim como é duas a quatro vezes maior entre aqueles que jogam mais de duas horas por dia

Quais os sintomas da epicondilite?

Os pacientes com epicondilite geralmente se queixam de dor no cotovelo medial ou lateralmente em cima dos epicôndilos. Os sintomas geralmente são exacerbados pelos movimentos repetitivos do punho e do cotovelo e também à palpação local.  A gravidade da dor pode ser variável, desde discreto desconforto no local até dores intensas que limitam as atividades comuns, podendo interferir no sono. O início dos sintomas pode ser insidioso ou iniciar de forma súbita. Algumas vezes é possível perceber um aumento de volume sobre os epicôndilos.

Como é feito o diagnóstico da epicondilite?

O diagnóstico da epicondilite lateral ou medial é eminentemente clínico. Isto é, a história clínica do paciente junto com um exame minucioso e específico comprovará o diagnóstico.

Existem testes específicos para epicondilite lateral (Teste de Cozen) e medial que auxiliam no diagnóstico.

Diagnóstico Diferencial

Diversas condições clínicas podem causar dor focal no cotovelo medial ou lateralmente. Uma história e um exame focados, incluindo algumas manobras especiais quando sugeridas pela história, podem ser usados para diferenciar entre possíveis diagnósticos diferenciais.

Diagnóstico diferencial para dor no cotovelo medial

– Epicondilite

– Síndrome do túnel cubital

– Neurite ulnar

– Artrite inflamatória

– Radiculopatia cervical

– Síndrome do desfiladeiro torácico

Dor miofascial

Diagnóstico diferencial para dor lateral no cotovelo

– Epicondilite

– Defeito osteocondral (articulação radiocapitelar)

– Artrite inflamatória

– Síndrome do túnel radial

– Plica sinovial lateral

– Radiculopatia cervical

– Síndrome do desfiladeiro torácico

– Dor miofascial

Qual o tratamento da epicondilite?

Manejo Inicial

Uma vez que o diagnóstico clínico de epicondilite é feito, o tratamento inicial consiste em modificação das atividades precipitantes, uso de tensor ou órtese, antiinflamatórios  não hormonais, se não houver contraindicação, corticoide oral e fisioterapia.

Modificação da atividade e biomecânica – Os pacientes devem tentar evitar atividades que exacerbam os sintomas. Por isso, para os atletas, a correção da postura e da mecânica do esporte deve fazer parte da modificação de atividade.

Órtese, Tensor ou Brace Como parte do manejo inicial da epicondilite lateral, o uso de tensor ou órtese pode proporcionar benefícios durante as primeiras seis semanas após o início dos sintomas. Além disso, são fáceis de usar e de baixo custo. Coloca-se  no antebraço aproximadamente 6 centímetros distalmente à articulação do cotovelo.

Fisioterapia para epicondilite – Programas eficazes podem incluir exercícios de fortalecimento excêntrico e isométrico progressivo, incorporando treinamento de flexibilidade e outras modalidades conforme necessário.

Manejo Secundário

Em pacientes que não melhoram com as terapias iniciais descritas, os exames de imagem podem ser indicados. A infiltração com corticoide é uma opção bastante interessante naqueles pacientes que não obtiveram resposta clínica às medidas anteriores. O encaminhamento cirúrgico é geralmente reservado para pacientes com sintomas graves que não melhoram com as terapias conservadoras.

Abaixo descrevemos algumas medidas terapêuticas utilizadas no tratamento da epicondilite, mas que ainda não tem estudos suficientes que comprove sua eficácia plena.

Iontoforese – Estudos de iontoforese são pequenos e preliminares, mas a técnica pode proporcionar algum benefício a curto prazo. Em um ensaio controlado aleatório, os doentes tratados com dexametasona por iontoforese observaram melhora significativa dos sintomas em dois dias, em comparação com o placebo, no entanto, este benefício não foi percebido em um mês.

Injeções de plasma ricas em plaquetas – O plasma rico em plaquetas (PRP) pode conter fatores de crescimento que estimulam o reparo tecidual e por isso, injeção percutânea de PRP é utilizada por alguns especialistas para tratar a epicondilite.

Injeções autólogas de sangue – Outra opção de tratamento envolve a injeção de uma amostra do sangue do próprio paciente sob orientação ultrassonográfica no local da epicondilite. Todavia, pequenos estudos controlados e observacionais de pacientes com epicondilite medial e lateral refratária que receberam injeção de sangue autólogo autônomo relataram melhorias nos sintomas e na aparência ultrassonográfica dos tendões acometidos.

Tenotomia percutânea com agulha guiada por ecografia – A tenotomia com agulha envolve a injeção de anestesia local e, em seguida, a utilização de uma agulha sob orientação por ultrassonografia.

Acupuntura – Uma revisão sistemática no tratamento da epicondilite lateral encontrou evidências insuficientes para determinar se acupuntura é eficaz.

Injeção de toxina botulínica – A injeção de toxina botulínica A no tendão acometido é outro meio possível de estimular uma resposta inflamatória para tratamento de tendinopatia.

Indicações cirúrgicas para epicondilite

Mais de 90 por cento dos casos de epicondilite podem ser tratados de forma conservadora, isto é, sem cirurgia. Enquanto os casos mais graves, que não responderam a pelo menos seis meses de manejo não-operatório, podem justificar uma avaliação cirúrgica ortopédica.

As indicações cirúrgicas incluem:

  • Dor grave ou disfunção por seis meses ou mais;
  • Falha no manejo conservador, incluindo terapia devidamente realizada, para melhorar os sintomas ou a função durante seis meses;
  • Pacientes desinteressados na busca de outras opções de tratamento não-cirúrgico (tratamentos alternativos descritos acima) para tendinite crônica.

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