Remédio para obesidade

Remédios para emagrecer: quais as melhores opções

Os remédios para emagrecer têm ganhado destaque no tratamento da obesidade e do sobrepeso, oferecendo alternativas para aqueles que enfrentam dificuldades em perder peso apenas com dieta e exercício físico. Este texto explora as principais opções disponíveis no mercado, discutindo suas indicações específicas e os potenciais efeitos colaterais associados a cada uma delas. Compreender essas medicações é crucial para tomar decisões informadas e seguras no processo de emagrecimento.

O que é a obesidade?

A obesidade é uma condição caracterizada pelo excesso de gordura corporal, resultante de um balanço energético positivo prolongado, ou seja, ingestão calórica maior do que o gasto. 

As principais causas da obesidade incluem fatores genéticos, hábitos alimentares inadequados, sedentarismo, distúrbios hormonais e psicológicos, e o uso de certos medicamentos. A obesidade está associada a uma série de complicações de saúde, como doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, hipertensão e alguns tipos de câncer, tornando seu manejo essencial para a melhoria da qualidade de vida e a redução de riscos à saúde.

Qual a prevalência da obesidade?

A obesidade tem se tornado uma preocupação global, atingindo proporções epidêmicas tanto no Brasil quanto no mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a prevalência global da obesidade quase triplicou entre 1975 e 2016. Mais de 1,9 bilhão de adultos estavam acima do peso em 2016, dos quais mais de 650 milhões eram obesos. A obesidade também é uma preocupação crescente em crianças e adolescentes, com mais de 340 milhões de crianças e adolescentes entre 5 e 19 anos classificados como obesos em 2016.

No Brasil, a prevalência da obesidade tem crescido rapidamente, com dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019 indicando que 26,8% dos adultos brasileiros são obesos.

Quais são as indicações dos remédios para emagrecer na obesidade?

Indicamos o tratamento medicamentoso da obesidade em casos específicos, geralmente quando outras abordagens, como a mudança no estilo de vida (dieta e exercícios físicos), não foram eficazes, e o paciente apresenta um risco significativo à saúde devido ao excesso de peso. As principais indicações para utilização dos remédios para emagrecer incluem:

Índice de Massa Corporal (IMC) Elevado:

  • IMC ≥ 30 kg/m²: Indicação para uso de medicamentos em adultos.
  • IMC ≥ 27 kg/m² com comorbidades: Indicação para uso de medicamentos em adultos, especialmente se houver condições associadas, como hipertensão, diabetes tipo 2, dislipidemia, apneia do sono, ou doença cardiovascular.

Quais os remédios para emagrecer disponíveis no mercado?

Existem diversos remédios para emagrecer disponíveis no mercado, cada um com mecanismos de ação específicos. Alguns dos principais medicamentos incluem:

A Liraglutida (Saxenda®) é um agonista do receptor GLP-1 (glucagon-like peptide-1). Ela imita o GLP-1, um hormônio que regula o apetite, aumentando a sensação de saciedade e diminuindo a ingestão alimentar.

É um medicamento indicado principalmente para o tratamento de diabetes tipo 2 e para o controle de peso em pacientes obesos ou com sobrepeso e comorbidades.  Pode resultar em uma perda de peso de cerca de 5-10% do peso corporal inicial.

Como iniciar o tratamento:

  • Iniciar com 0,6 mg uma vez ao dia por via subcutânea.
  • A dose pode ser aumentada semanalmente em incrementos de 0,6 mg até uma dose de 3,0 mg uma vez ao dia.
  • Dose Máxima: 3,0 mg por dia.

Efeitos Colaterais

Náuseas, vômitos, diarreia, constipação, dor abdominal, hipoglicemia (especialmente em diabéticos), dor no local da injeção, pancreatite, colelitíase.

Contraindicações

  • História pessoal ou familiar de câncer medular da tireoide ou MEN2.
  • Hipersensibilidade à liraglutida ou a qualquer componente da fórmula.
  • Gravidez e lactação.
  • Insuficiência renal ou hepática grave.

Similar à Liraglutida, a Semaglutida (Ozempic®, Wegovy®, Rybelsus®) é outro agonista do receptor GLP-1 que reduz o apetite e aumenta a sensação de saciedade.

Está indicado principalmente para o tratamento de diabetes mellitus tipo 2. Em pacientes com diabetes tipo 2 e alto risco cardiovascular, a semaglutida demonstrou reduzir eventos como infarto do miocárdio e AVC, sendo recomendada para esses pacientes. 

Além disso, utiliza-se para o controle de peso em pacientes com obesidade ou sobrepeso associados a comorbidades, como hipertensão ou dislipidemia. 

Estudos clínicos mostram que a semaglutida pode levar a uma perda de peso média de cerca de 15% do peso corporal inicial em aproximadamente 68 semanas, quando combinado com dieta e exercícios.

Abaixo descreveremos detalhadamente as medicações:

Ozempic®

  • Forma de Administração: Injeção subcutânea, administrada uma vez por semana.
  • Doses: Iniciada geralmente com 0,25 mg uma vez por semana, aumentada para 0,5 mg após 4 semanas, podendo ser ajustada para até 1 mg ou 2 mg por semana, dependendo da resposta e tolerância do paciente.

Wegovy®

  • Forma de Administração: Injeção subcutânea, administrada uma vez por semana.
  • Doses: Começa com 0,25 mg por semana e gradualmente é aumentada para até 2,4 mg por semana ao longo de 16-20 semanas, visando reduzir os efeitos colaterais gastrointestinais e melhorar a tolerabilidade.

Rybelsus®

  • Forma de Administração: Comprimido de administração oral.
  • Doses: Iniciada com 3 mg uma vez ao dia por 30 dias, seguida de 7 mg uma vez ao dia. Utilizamos a dose de 14 mg ao dia, se necessário, para controle glicêmico adicional.

Efeitos Colaterais

Os efeitos colaterais da semaglutida são náuseas, vômitos, diarreia, constipação, dor abdominal, hipoglicemia, pancreatite, dispepsia.

Contraindicações

  • História pessoal ou familiar de câncer medular da tireoide ou síndrome de neoplasia endócrina múltipla tipo 2 (MEN2).
  • Hipersensibilidade à semaglutida ou a qualquer componente da fórmula.
  • Gravidez e lactação.
  • Insuficiência renal ou hepática grave .

A tirzepatida (Monjauro®) é um agonista de dois tipos de receptores: o receptor de GLP-1 e o receptor de GIP (gastric inhibitory peptide). Ela atua aumentando a secreção de insulina, diminuindo a secreção de glucagon e retardando o esvaziamento gástrico. Esses efeitos contribuem para o controle dos níveis de glicose no sangue.

Indica-se tanto para o tratamento de diabetes tipo 2 quanto para a promoção de perda de peso em pacientes com sobrepeso ou obesidade.

Em um dos principais estudos clínicos, pacientes que usaram Mounjaro na dose mais alta (15 mg) apresentaram uma perda média de peso de cerca de 12,4% a 13,3% do peso corporal inicial ao longo de 72 semanas.

Como iniciar o tratamento:

A dose inicial recomendada é geralmente 2.5 mg administrada por injeção subcutânea uma vez por semana. A dose pode ser ajustada com base na resposta do paciente e na tolerância, podendo ser aumentada até 15 mg por semana.

Efeitos Colaterais

Alguns dos efeitos colaterais mais comuns incluem náuseas, vômitos, diarreia, e possíveis reações no local da injeção. Também pode haver risco de pancreatite e, em casos raros, efeitos adversos relacionados à tireoide.

Contraindicações

É contraindicado em pacientes com histórico de carcinoma medular da tireoide ou em pacientes com síndrome de neoplasia endócrina múltipla tipo 2 (MEN 2). Também não usamos em pessoas com hipersensibilidade ao princípio ativo ou a qualquer outro componente da fórmula.

O medicamento Orlistat (Xenical®) é um inibidor da lipase gastrointestinal, o que impede a absorção de cerca de 30% da gordura ingerida na dieta, reduzindo a ingestão calórica.

Indicado para pacientes com IMC ≥30 ou IMC ≥27 com comorbidades. Estudos indicam uma perda de peso de 5-7% do peso corporal inicial ao longo de um ano.

Como Iniciar o Tratamento:

  • Tomar 120 mg (Xenical®)  três vezes ao dia durante ou até 1 hora após cada refeição principal.
  • Dose Máxima: 120 mg três vezes ao dia.

Efeitos Colaterais

Fezes oleosas, urgência fecal, incontinência fecal, flatulência com descarga oleosa, dor abdominal, deficiência de vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K).

Contraindicações

  • Síndrome de má absorção crônica.
  • Pacientes com doenças graves do fígado ou das vias biliares. 
  • Uso prolongado em pacientes com histórico de nefrolitíase 

A combinação de um antagonista opióide (naltrexona) e um inibidor da recaptação de dopamina e norepinefrina (bupropiona), de nome comercial Contrave®, é  utilizada  para reduzir o apetite e os desejos por alimentos.

Indicado para pacientes com IMC ≥30 ou IMC ≥27 com comorbidades. E os resultados mostram uma perda de peso de 5-8% do peso corporal inicial.

Como Iniciar o Tratamento:

  • Iniciar com 1 comprimido (8 mg naltrexona/90 mg bupropiona) pela manhã durante 1 semana.
  • Aumentar gradualmente para 2 comprimidos por dia (1 pela manhã e 1 à noite) na semana 2, 3 comprimidos por dia (2 pela manhã e 1 à noite) na semana 3, e 4 comprimidos por dia (2 pela manhã e 2 à noite) na semana 4.
  • Dose Máxima: 2 comprimidos duas vezes ao dia.

Efeitos Colaterais: 

Náuseas, constipação, dor de cabeça, vômito, tontura, insônia, aumento da pressão arterial, risco de convulsões

Contra indicações:

  • Uso concomitante de inibidores da monoamina oxidase (IMAO) ou uso recente (últimos 14 dias).
  • Crise convulsiva ou histórico de convulsões.
  • Tumor no sistema nervoso central.
  • Abstinência aguda de álcool ou benzodiazepínicos.
  • Anorexia nervosa ou bulimia.
  • Insuficiência hepática ou renal grave.
  • Hipertensão arterial descontrolada.
  • Hipersensibilidade a qualquer componente da fórmula.
  • Gravidez e lactação.

A sibutramina é um medicamento que atua no sistema nervoso central, inibindo a recaptação de neurotransmissores, como a serotonina, a noradrenalina e, em menor grau, a dopamina. Ao inibir a recaptação desses neurotransmissores, a sibutramina aumenta suas concentrações nas sinapses, o que resulta em uma sensação de saciedade precoce e redução do apetite. Isso ajuda na perda de peso, pois o paciente tende a ingerir menos alimentos.

A sibutramina é indicada principalmente para o tratamento da obesidade. Ela é recomendada para pacientes com índice de massa corporal (IMC) maior que 30 kg/m² ou com IMC acima de 27 kg/m² quando há presença de comorbidades associadas, como diabetes tipo 2, dislipidemia ou hipertensão.

Estudos clínicos indicam que a perda de peso percentual média  é de aproximadamente 5% a 10% do peso corporal inicial, no período de 6 a 12 meses.

Como Iniciar o Tratamento:

A dose inicial recomendada de Sibutramina é de 10 mg uma vez ao dia, administrada pela manhã. Dependendo da resposta do paciente, a dose pode ser aumentada para 15 mg por dia. A eficácia deve ser avaliada após 4 semanas, e o tratamento não deve ser mantido se a perda de peso for inferior a 2 kg nesse período.

Efeitos Colaterais: 

Aumento da pressão arterial, taquicardia, boca seca, insônia, constipação e cefaleia. Efeitos adversos graves incluem aumento do risco de eventos cardiovasculares, como infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral, especialmente em pacientes com histórico de doenças cardiovasculares.

Contraindicações:

A Sibutramina é contraindicada em pacientes com:

  • Histórico de doenças cardiovasculares (ex: doença arterial coronariana, insuficiência cardíaca congestiva)
  • Hipertensão não controlada
  • Hipertireoidismo
  • Transtornos psiquiátricos, como anorexia nervosa ou bulimia
  • Uso concomitante de outros inibidores da recaptação de serotonina ou antidepressivos
  • Gravidez e lactação

Aprovação pela ANVISA e FDA:

ANVISA: A Sibutramina é aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) no Brasil, mas com restrições devido aos riscos associados a eventos cardiovasculares. Seu uso deve ser monitorado de perto, e a prescrição é controlada.

FDA: Nos Estados Unidos, a Sibutramina foi retirada do mercado pelo FDA em 2010 devido a preocupações com a segurança cardiovascular após a publicação de estudos que mostraram um aumento significativo no risco de infarto do miocárdio e AVC em pacientes que usavam o medicamento.

Qual é o melhor remédio para emagrecer?

Não existe um “melhor” remédio para perda de peso que seja universalmente aplicável a todos os pacientes. A escolha entre esses medicamentos se baseia em uma avaliação médica detalhada, levando em consideração o perfil de segurança, eficácia e a adesão ao tratamento. Além disso, em considerando usar um desses medicamentos, deve-se discutir com um profissional de saúde para determinar a opção mais adequada para seu caso específico.

Remédios para emagrecer naturais são confiáveis?

A confiabilidade de remédios naturais para emagrecer é controversa. Muitos produtos naturais são promovidos como auxiliares na perda de peso, mas carecem de evidências científicas robustas que comprovem sua eficácia e segurança. Além disso, a regulamentação desses produtos é menos rigorosa do que a dos medicamentos prescritos, o que pode representar um risco à saúde.

Remédio caseiro para emagrecer funciona?

Assim como os remédios naturais, os remédios caseiros para emagrecer raramente possuem comprovação científica de sua eficácia. Embora algumas práticas, como o consumo de chás ou sucos naturais, possam ter efeitos benéficos modestos na digestão ou no metabolismo, elas não substituem a necessidade de um tratamento médico adequado e de mudanças no estilo de vida.

Remédios para emagrecer viciam?

Dentre as medicações citadas anteriormente, a sibutramina pode causar dependência psicológica, embora não seja uma droga classificada como de abuso. É fundamental seguir a prescrição médica e não prolongar o uso além do recomendado.

Fórmulas manipuladas para emagrecer são seguras?  

As fórmulas emagrecedoras representam em muitos casos um maior risco para a saúde, especialmente quando essas fórmulas contém ingredientes não regulamentados. Aqui estão alguns dos principais riscos:

Efeitos Colaterais Graves

Problemas Cardíacos: Alguns componentes, como anfetaminas ou outras substâncias estimulantes, podem aumentar a pressão arterial e a frequência cardíaca, elevando o risco de infarto e arritmias.

Distúrbios Psiquiátricos: Algumas fórmulas podem causar ansiedade, insônia, irritabilidade e até depressão.

Problemas Digestivos: Laxantes e diuréticos presentes em algumas fórmulas podem causar desidratação, desequilíbrio eletrolítico, e problemas gastrointestinais.

Dependência e Abuso

Dependência Psicológica: Certas substâncias podem levar à dependência psicológica

Abuso: O uso contínuo ou em doses maiores do que o recomendado pode causar danos graves à saúde.

Efeito Rebote

Recuperação do Peso: O uso de fórmulas emagrecedoras sem mudança no estilo de vida pode levar ao ganho de peso logo após a interrupção do uso, muitas vezes com aumento adicional de gordura corporal.

Cardiologista – Curitiba

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Dr. Alexandre L. S . Avellar Fonseca – Cardiologista