Dieta e mortalidade cardiovascular

L&A ATUALIZAÇÕES

Dieta pobre em nutrientes é responsável por quase metade das mortes de origem cardiometabólica

Segundo um novo estudo publicado no dia sete de março no JAMA (Journal of the American Medical Association), uma parcela substancial das mortes nos Estados Unidos decorrente de doenças cardíacas, acidente vascular cerebral e diabetes está associada a uma dieta inadequada.

Os investigadores encontraram dados de que o maior número das mortes relacionadas à dieta por doença cardiometabólica está relacionada com a alta ingestão de sódio, seguido pela baixa ingestão de oleaginosas (nozes, amêndoas, castanhas, etc) e sementes, aumento da ingestão de carnes processadas , baixo teor de gorduras ômega-3 na dieta, bebidas com alto teor de açucar.

Conforme relato de Renata Micha, RD, PhD, professora assistente de pesquisa da Tufts Friedman School of Nutrition Science & Massachusetts, esses resultados devem ajudar a identificar prioridades, orientar o planejamento de saúde pública e informar estratégias para alterar os hábitos alimentares e  consequentemente melhorar a saúde.

Os pesquisadores utilizaram modelos comparativos de avaliação de risco, levantando múltiplas fontes de dados, incluindo dados  nacionais demográficos da população, hábitos alimentares e mortalidade, para estimar o número e a fração de mortes por doenças cardiometabólicas (DCM) nos Estados Unidos relacionadas a uma má alimentação.

Estima-se que 318.656 (45,4%) dos 702.308 óbitos de DCM nos Estados Unidos em 2012 estavam associados a 10 fatores alimentares que têm “evidência provável ou convincente” de causalidade com DCM : frutas, verduras, oleaginosas/ sementes, grãos integrais, carnes processadas, bebidas açucaradas, gorduras poli-insaturadas, gorduras omega-3 de frutos do mar e sódio. E  calcula-se que a maior porcentagem de óbitos por DCM esteja relacionada ao excesso de ingestão de sódio (9,5%), seguida pela baixa ingestão de oleaginosas e sementes (8,5%), alta ingestão de carnes processadas (8,2%),  baixo teor de gorduras ômega-3  (7,8%), baixa ingestão de hortaliças (7,6%) e frutas (7,5%), bebidas com alto teor de açúcares (7,4%), baixa ingestão de grãos integrais (5,9%) e gorduras poliinsaturadas (2,3%) e alta ingestão de carnes vermelhas não processadas (0,4%).

Segundo um dos pesquisadores, DR. Dariush Mozaffarian, os Estados Unidos estão vivenciando uma “Crise Nutricional”. Ele relata, de acordo com os dados de pesquisa, que quase metade de todas as mortes por doenças cardíacas, acidente vascular cerebral e diabetes são causadas diretamente por uma má alimentação, e que poucos outros desafios causam mais mortes, deficiências e custos de saúde evitáveis. Mozaffarian acrescentou que o congresso americano está debatendo ativamente como melhorar a saúde e reduzir esses custos.

Noel T. Mueller, PhD, MPH, co-autor de um editorial publicado com o estudo, disse que estas conclusões podem ajudar a orientar as políticas de prevenção que reduzem o índice de doenças cardiometabólicas em adultos nos Estados Unidos. Ele ainda enfatiza que esses resultados são importantes para informar aos médicos a não só aconselharem seus pacientes a diminuir a ingestão de alimentos pobre nutricionalmente, como sódio, carnes processadas e bebidas com alto teor de açúcar, mas também aumentar o aporte de bons alimentos, tais como oleaginosas, sementes, frutas e vegetais.

Esta pesquisa foi apoiada  pela National Institutes of Health,  National Heart, Lung e Blood Institute. Dr Mozaffarian recebeu incentivos da Boston Heart Diagnostics, Haas Avocado board, AstraZeneca, GOED, DSM, Life Sciences Research Organization, e UpToDate. Dr. Mueller  revelou não ter relações financeiras relevantes.

Artigo publicado no Medscape.

Cardiologia – Curitiba

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