Terapia biológica melhora características da placa coronariana em pacientes com psoríase

L&A ATUALIZAÇÕES

Pesquisa revela melhora de placa coronariana em pacientes com psoríase em terapia biológica

De acordo com nova pesquisa, a terapia biológica está associada a melhora significativa das características da placa coronariana em pacientes com psoríase grave.

Segundo dr. Nehal N. Mehta, do National Heart, Lung, and Blood Institute, em Bethesda, Maryland, os efeitos anti-inflamatórios das terapias biológicas são promissores para o tratamento da aterosclerose, mas são necessários estudos maiores.

A psoríase grave está associada a um risco elevado de infarto do miocárdio precoce. E a taxa de doença arterial coronariana nesses doentes são semelhantes às do diabetes tipo 2.

O estudo

Dr. Mehta e colegas descreveram a placa arterial coronariana antes e depois da terapia biológica em 121 indivíduos com psoríase moderada a grave que participam da Psoriasis, Atherosclerosis and Cardiometabolic Disease Initiative.

Entre esses pacientes, a placa não calcificada correlacionou-se significativamente com os fatores de risco cardiovasculares tradicionais e com a gravidade da doença de pele, conforme avaliação pelo índice de gravidade da psoríase por área (PASI).

No seguimento de um ano, o PASI e os valores da proteína C reativa de alta sensibilidade (PCR) melhoraram significativamente nos 89 pacientes tratados com terapia biológica, em comparação aos 32 pacientes não tratados.

Entre os pacientes que receberam terapia biológica, houve uma redução de 5% na carga total de placa coronariana, decorrente principalmente da redução da placa não calcificada e da redução significativa na carga fibro-gordurosa e na carga necrótica.

Os pacientes que não receberam biológicos não evidenciaram mudanças significativas na carga da placa ou na carga fibrosa, mas tiveram aumentos significativos na carga de gordura fibrosa e aumentos não significativos no núcleo necrótico.

Conforme os pesquisadores relataram à Cardiovascular Research, a redução da placa não calcificada associada à terapia biológica persistiu após o ajuste para os tradicionais fatores de risco cardiovascular.

No grupo tratado com biológicos, houve uma redução de 5% na carga de placa não calcificada quando tratado com anti-TNF, uma redução de 2% com anti-IL12 / 23 e uma redução de 12% na terapia com anti-IL17 em um período de um ano.

“Além de consolidar que a psoríase está associada à doença cardíaca acelerada, o tratamento de fontes de inflamação no corpo (neste caso, a pele) pode ser importante na redução do risco cardiovascular”, disse dr. Mehta. Reforça também a necessidade de estudos maiores em outros estádios de doença para melhor entendimento da história natural da placa coronariana em estados inflamatórios sistêmicos.

Dr. Mehta e um de seus co-autores relatam vínculos financeiros com empresas que fabricam produtos biológicos.

Texto publicado no Medscape – Rheumatology