L&A ATUALIZAÇÕES
Gordura abdominal e Densidade Mineral Óssea
Segundo os resultados de um estudo transversal, crianças com altos níveis de gordura abdominal apresentam densidade mineral óssea (DMO) significativamente menor pelo Z-Score.
De acordo com Lisa B. Rokoff , da Harvard Medical School, foi encontrada no Project Viva ( coorte relativamente grande de crianças americanas), uma associação entre maior adiposidade central e menor densidade mineral óssea apenas naquelas crianças com os níveis mais altos de massa gorda central . Isso pode indicar um limiar acima do qual o tecido adiposo central se torna mais metabolicamente ativo e influencia negativamente o desenvolvimento ósseo.
Níveis mais altos de massa muscular estão relacionados a uma maior densidade mineral óssea em crianças, mas a relação entre massa gorda e DMO é menos clara.
Rokoff e colegas utilizaram resultados da absortometria radiológica de dupla energia (DXA) e medidas antropométricas de 876 crianças (idade mediana, 7,7 anos) para investigar as relações entre a massa corporal total e os componentes da massa gorda total com Z-Score na DMO.
Conforme o relatório on-line de 15 de dezembro de 2018 da revista Bone, as crianças com maior massa corporal e maior massa livre de gordura apresentaram maiores Z-Score do que as crianças com massa corporal total e massa magra mais baixa.
Quando a massa livre de gordura foi mantida constante, a presença de maior massa gorda total foi associada com maiores Z-Score em crianças abaixo do percentil 85 de massa gorda. Mas em crianças acima do percentil 85 de massa gorda, uma massa gorda maior foi associada com menor Z-Score.
Essa associação, entre maior massa gorda e menor Z-score, nas crianças com maior adiposidade, parece ser motivada por maior gordura abdominal do que por depósitos de gordura em outros lugares.
As associações globais foram semelhantes quando estratificadas por raça/etnia. Mas o limiar acima do qual surgiu uma associação negativa entre massa gorda e Z-score, ocorreu em crianças negras (percentil 70) com menor massa gorda do que em crianças brancas (percentil 85) ou em crianças de outras raças/etnias (percentil 90).
Segundo Rokoff, os resultados sugerem que, desde a infância, o excesso de adiposidade abdominal pode influenciar negativamente na saúde óssea. O excesso de obesidade abdominal, já claramente associado à saúde cardiometabólica adversa na infância, também pode ser um fator de risco para baixa densidade mineral óssea.
Texto publicado no Medscape Rheumatology