Qual o panorama do diabetes mellitus no Brasil e no mundo?
Atualmente, estima-se que a população mundial com diabetes mellitus (DM) esteja em torno de 382 milhões de pessoas. E existe uma projeção de que em 2035 esse número atingirá 471 milhões Cerca de 80% desses indivíduos com DM vivem em países em desenvolvimento, com crescente proporção de pessoas afetadas em grupos etários mais jovens.
Estima-se que cerca de 5 milhões de pessoas com idade entre 20 e 79 anos morrem em decorrência do diabetes anualmente. Até 2030, o DM pode saltar de nona para sétima causa mais importante de morte em todo o mundo.
Em âmbito nacional, a doença também representa um problema de saúde de grande proporção. O Brasil registrou crescimento de 12% no número de mortes por diabetes entre 2010 e 2016, mostram dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade
Em 2013, o Brasil ocupava a quarta posição entre os países com maior número de pessoas diabéticas, contando com 11,9 milhões de casos entre indivíduos adultos (20 – 79 anos).
O número de indivíduos diabéticos está aumentando em virtude de vários fatores. Dentre eles destacamos o envelhecimento populacional, maior urbanização, crescente prevalência de obesidade e sedentarismo, bem como maior sobrevida de pacientes com DM.
O diabetes tipo 2 é uma doença progressiva que geralmente requer vários medicamentos para controlar os níveis de glicose no sangue. Os inibidores de SGLT2 são a classe mais recente de agentes antidiabéticos a receber aprovação dos órgãos reguladores.
E como funcionam os inibidores de SGLT2?
Os inibidores SGLT2 (cotransportadores de sódio-glicose do tipo 2) são uma classe relativamente nova de antidiabéticos orais. Seu mecanismo principal é o aumento da eliminação de glicose pela urina, o que chamamos de glicosúria. Eles funcionam por meio de um novo mecanismo de redução da reabsorção de glicose pelo rim, produzindo uma redução na glicose no sangue sem estimular a liberação de insulina.
Além do efeito na redução glicêmica, existem outros mecanismos observados que podem estar associados com os benefícios cardiovasculares. Dentre eles destacamos o aumento da natriurese (excreção de sódio na urina), diurese osmótica ( aumento da eliminação de urina), melhora na função endotelial e redução da pressão arterial . Ainda existem os mecanismos metabólicos como melhora no metabolismo e bioenergética da célula cardíaca e redução da necrose e fibrose cardíacas.
Quais os benefícios dos inibidores de SGLT2 ?
Além do efeito de redução da glicemia, esperado para qualquer antidiabético, os inibidores SGLT2 também se mostraram úteis na prevenção de doenças cardiovasculares e da insuficiência renal. Essas duas condições são muito comuns em pessoas com diabetes tipo 2, o que torna essa classe bastante atrativa como opção de tratamento.
Diabéticos tipo 2 que usam inibidores SGLT2, especialmente aqueles que já têm doença aterosclerótica documentada, apresentaram alguns benefícios cardiovasculares. Dentre eles destacamos redução dos principais eventos cardiovasculares adversos (morte cardiovascular, infarto do miocárdio não fatal ou acidente vascular cerebral não fatal) e principalmente redução de hospitalização por insuficiência cardíaca (IC).
Recentemente, estudos realizados em pacientes com IC e fração de ejeção reduzida, demonstraram benefícios não somente nos pacientes diabéticos como não diabéticos. Foram observadas redução de internações por IC e redução de mortalidade cardiovascular com uso dos inibidores de SGLT2.
Em relação ao uso dos inibidores da SGLT2 na população com insuficiência renal, a empagliflozina, canagliflozina e dapagliflozina são os agentes que demonstraram melhores resultados. Foi observado um efeito combinado positivo de redução da albuminúria (perda de albumina na urina), declínio da perda da função renal e menor evolução para doença renal em estágio final. Até o momento, com o conhecimento que temos destes medicamentos, não se recomenda o uso nas fases mais avançadas da doença renal crônica (taxa de filtração glomerular abaixo de 30 ml/min), mesmo com os achados promissores do ponto de vista renal.
As evidências acumuladas sugerem que os inibidores de SGLT-2 devem ser considerados para o controle da hiperglicemia em pacientes com DM2, principalmente naqueles com DCV estabelecida, visto que reduzem o risco de eventos cardiovasculares, hospitalização por IC e progressão de doença renal, independentemente de os pacientes estarem recebendo ou não metformina.
Quais os efeitos colaterais dessas medicações?
O efeito colateral adverso mais comum aos inibidores de SGLT2 parece ser infecções genitais, que aumentaram em até quatro vezes nos ensaios clínicos. Concentrações detectáveis de glicose na urina podem facilitar o início de infecções por fungo.
Além disso, potenciais efeitos colaterais são: risco de desidratação em idosos, cetoacidose diabética e aumento dos riscos de fraturas ósseas e de amputações dos pés.
Quais os medicamentos disponíveis atualmente no Brasil?
Os medicamentos disponíveis no mercado atualmente são:
- Canagliflozina (Invokana®).
- Dapagliflozina (Forxiga®).
- Empagliflozina (Jardiance®).
Cardiologia – Curitiba
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