Você tem dor ou queimação em nádega que irradia para a coxa associada a dormência ou formigamento? Você pode ter a síndrome do piriforme. Neste post descreveremos o que é essa doença, quais os seus sintomas, suas causas e como tratar.
O que é a síndrome do piriforme?
A síndrome do piriforme é uma doença em que o músculo piriforme comprime o nervo ciático levando a inflamação local. Desse modo, essa compressão pode causar dormência ou dor na nádega, na parte de trás da coxa e na perna.
Mas o que é o piriforme e onde ele fica localizado? O piriforme é um músculo pequeno e estreito, em formato triangular, localizado na região do quadril, profundamente à região da nádega. Ele tem sua origem na parte inferior do sacro e inserção no trocanter maior do fêmur ( ver figura abaixo). Além disso, é responsável por movimentos de rotação da coxa e quadril e pela estabilização da pelve.
O nervo ciático normalmente passa por baixo do músculo piriforme, como mostra a figura acima. O nervo tem sua origem na medula espinhal e desce passando profundamente nas nádegas, seguindo pela parte posterior de cada perna até os pés. Ainda assim, é o maior e mais longo nervo do nosso corpo.
Na síndrome do piriforme, em um grande número de casos, existe uma variação anatômica em que o nervo ciático passa por dentro do músculo piriforme e como resultado, acaba sendo comprimido pela contração desse músculo, causando inflamação do nervo. (figura abaixo)
A síndrome do piriforme é comum?
É uma condição médica incomum. Os estudos mostram que seja responsável por apenas cerca de 0,3% a 6% das dores da região.
Qual é a diferença entre a dor ciática e a síndrome do piriforme?
A dor ciática é toda dor desencadeada pela compressão ou irritação do nervo ciático. Portanto, a síndrome do piriforme também é considerada uma dor ciática. No entanto, outras doenças também podem causar dor ciática como a hérnia de disco, estenose do canal vertebral, estenose foraminal, artrose da coluna, espondilolistese e tumores da região, entre outras. A diferença é que na síndrome do piriforme a dor começa na nádega, enquanto em outras doenças, pode iniciar na coluna lombar.
O que causa a síndrome do piriforme?
Qualquer condição que faça com que o músculo piriforme pressione o nervo ciático pode causar a síndrome do piriforme. E as causas mais frequentes são:
- Hipertrofia muscular
- Encurtamento ou contratura do músculo piriforme
- Inflamação (inchaço) no piriforme ou nos tecidos ao seu redor.
- Cicatriz no músculo.
- Sangramento próximo ao músculo
Esses problemas podem ser desencadeados por:
- Ficar sentado por períodos prolongados
- Trauma local.
- Lesão do músculo piriforme por levantar peso de forma inadequada.
- Musculatura tensa por falta de exercício físico.
- Aumento do músculo por exercícios exagerados para glúteos
- Não aquecer antes da atividade física.
- Não se alongar adequadamente depois de exercícios.
- Realizar movimentos repetitivos, como por exemplo, corrida de longa distância.
- Caminhar ou correr com musculatura do piriforme enfraquecida.
Além disso, uma alteração da anatomia local também pode ser a causa da síndrome do piriforme (figura do início do texto). Por exemplo, uma pessoa pode nascer com o trajeto anormal do nervo ciático ou com um músculo piriforme ou nervo ciático com formato incomum.
Quais são os sintomas da síndrome do piriforme?
Os sintomas característicos da síndrome do piriforme são dor em nádegas que irradiam para as coxas e que também podem irradiar para as pernas e até mesmo para os pés do lado acometido. Além disso, os sintomas podem ser unilateral ou bilateral. As pessoas acometidas costumam queixar-se dos seguintes sintomas:
- Dor em queimação
- Dor latejante
- Dormência
- Formigamento
- Espasmos.
Algumas atividades costumam piorar os sintomas, como:
- Ficar sentado por muito tempo.
- Caminhar ou correr
- Subir escadas.
Como é feito o diagnóstico da síndrome do piriforme?
O diagnóstico da síndrome do piriforme pode não ser fácil e em muitos casos o médico terá que descartar outras causas que levam a sintomas semelhantes. Por isso, para diagnosticar a doença, seu médico realizará uma anamnese detalhada e um exame físico completo. Através disso, é possível excluir outras doenças ou confirmar o diagnóstico.
No entanto, em muitos casos são necessários exames complementares. Ainda não existem exames de imagem ou testes específicos para o diagnóstico da doença, mas alguns exames geralmente são solicitados, como:
- Radiografia
- Ecografia ou ultrassonografia
- Ressonância magnética.
- Tomografia computadorizada.
- Eletroneuromiograma (EMG).
Como é o tratamento da síndrome do piriforme?
Na maioria dos casos, o tratamento da síndrome do piriforme é resolvida com medidas conservadoras, isto é, não há necessidade de intervenção cirúrgica. Abaixo descrevemos algumas formas de tratamentos:
- Período de repouso: evitar atividades e posturas que pioram os sintomas
- Exercícios que podem ser feitos em casa para alongar e fortalecer o piriforme.
- Fisioterapia: alongamento, fortalecimento e liberação do piriforme.
- Antiinflamatórios não esteróides orais (por exemplo, naproxeno, ibuprofeno e cetoprofeno)
- Medicamentos que relaxam os músculos. ( por exemplo , Ciclobenzaprina)
- Infiltração local com corticóide .
- Infiltração de toxina botulínica (Botox®).
A cirurgia normalmente não é indicada. No entanto, quando há falha aos tratamentos citados acima, a cirurgia pode ser a solução. Desse modo, a cirurgia para síndrome do piriforme geralmente consiste na remoção de tecido cicatricial ou do que está causando pressão no nervo ciático.
A síndrome tem cura? E quanto tempo demora para melhorar?
Os sintomas normalmente melhoram em dias ou semanas, ou seja, o tempo de recuperação é rápido. Na maioria dos casos se resolve com mudanças no estilo de vida e tratamentos simples. No entanto, a dor pode retornar principalmente nas pessoas que não seguem as instruções médicas ou que mantêm um estilo de vida inadequado.
Qual o CID 10?
O CID 10 utilizado para síndrome do piriforme são os códigos G57.0 ou M62.
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Dr. Marcelo de Loyola e Silva Avellar Fonseca – Reumatologista
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