L&A ATUALIZAÇÕES
Pesquisadores descobriram que o anticorpo epratuzumab, que age nos receptores CD22, diminui significativamente a atividade do lúpus eritematoso sistêmico (LES) em pacientes que também possuem síndrome de Sjögren.
Uma análise pós-hoc da fase 3 do ensaio EMBODY, no entanto, mostra que o tratamento não é efetivo naqueles sem a síndrome de Sjögren. Uma análise pós-hoc é aquela que não foi especificada antes de um teste.
O estudo “Efficacy of Epratuzumab, an Anti-CD22 Monoclonal IgG Antibody, in Systemic Lupus Erythematosus Patients with Associated Sjögren’s Syndrome: Post-hoc Analyses from the EMBODY Trials”, foi publicado na revista Arthritis & Rheumatology
Epratuzumab, desenvolvido pela Immunomedics, age na proteína de superfície CD22 nas células B. Seu objetivo é reduzir a atividade das células B e interromper a produção de proteínas de sinalização pró-inflamatória.
Os trials EMBODY 1 (NCT01262365) e EMBODY 2 (NCT01261793) foram realizados para avaliar a eficácia do epratuzumab na redução da atividade da doença em pacientes com LES.
O Estudo
Os ensaios incluíram 1.584 pacientes com LES, dos quais 113 também tinham diagnóstico de síndrome de Sjögren..
Os participantes foram randomizados para receber epratuzumab ou placebo durante 48 semanas. Após essa fase, os pacientes foram acompanhados por um período adicional de segurança de quatro semanas. O medicamento foi adicionado às terapias de tratamento padrão, que consistiam de corticosteróides, antimaláricos e imunossupressores.
Apesar da análise primária dos ensaios não ter revelado diferença estatística entre o epratuzumab e o tratamento com placebo, a terapia reduziu o número de células B e a atividade no sangue.
Como as células B também desempenham um papel importante na síndrome de Sjögren, os pesquisadores formularam a hipótese de que o tratamento poderia ajudar aqueles com ambas as doenças.
De acordo com a análise inicial, o tratamento não beneficiou pacientes sem síndrome de Sjögren. Apesar disso, os pacientes com LES e síndrome de Sjögren apresentaram melhorias significativas na atividade da doença ao receber epratuzumab.
Os benefícios foram observados após 16 semanas de tratamento e sustentados até o final do estudo.
Epratuzumab diminuiu o número de células B em 30% a 40% dos pacientes com e sem síndrome de Sjögren. Curiosamente, essa redução ocorreu mais rapidamente naqueles pacientes com síndrome de Sjögren.
Segundo os pesquisadores esses dados sugerem que o epratuzumab pode ter benefícios clínicos em certos subipos de pacientes com LES e, logo, a estratificação de pacientes com LES pode ser apropriada. Mais estudos que avaliam a eficácia do epratuzumab em Sjögren primário serão necessários para confirmar a eficácia do epratuzumab nessa população.
O epratuzumab foi bem tolerado, com incidência similar de efeitos adversos em ambos os grupos de pacientes com LES. Não foram observadas diferenças significativas na toxicidade entre os grupos tratados com epratuzumab e placebo.
Os pesquisadores concluíram que os pacientes com LES e síndrome de Sjögren tratados com epratuzumab apresentaram melhorias na atividade do LES em comparação com o placebo, o que não foi observado em pacientes sem a síndrome de Sjögren.
Texto publicado no Lupus News Today