Oxford estudará o medicamento Humira como tratamento potencial para COVID-19

A Universidade de Oxford informou na última semana  que estudará se o medicamento adalimumabe, é um tratamento eficaz para pacientes com COVID-19 .

O adalimumabe, comercializado sob a marca Humira pela AbbVie, é um medicamento imunobiológico com ação anti-inflamatória conhecido como fármaco antifator de necrose tumoral (anti-TNF). De acordo com um comunicado da Oxford, estudos recentes demonstraram que os pacientes com COVID-19 que já tomam medicamentos anti-TNF para artrite reumatoide e doenças inflamatórias intestinais têm menor probabilidade de serem hospitalizados.

O estudo da Oxford, chamado AVID-CC, terá como objetivo o tratamento de pessoas da comunidade, especialmente em lares de idosos. Serão inscritos até 750 pacientes de ambientes de cuidados comunitários em toda a Grã-Bretanha.

O medicamento Humira é utilizado no tratamento de uma série de doenças, como artrite reumatoide, doença de Crohn, retocolite ulcerativa e psoríase.

Se o teste for bem sucedido, a disponibilidade de versões biossimilares do medicamento o tornaria mais barato e acessível. A Novartis faz uma dessas alternativas, o medicamento Hyrimoz.

Os pesquisadores identificaram alguns tratamentos para pacientes com COVID-19 hospitalizados, incluindo Remdesivir da Gilead, bem como o corticoide genérico dexametasona. Eles também estudaram outros medicamentos com ação anti-inflamatória para o tratamento de COVID-19.

Acredita-se que os casos graves de infecção pelo Covid 19 sejam decorrentes de uma reação exacerbada do sistema imunológico, conhecida como tempestade de citocinas, e os medicamentos que suprimem determinados elementos do sistema imunológico podem levar a interrupção da progressão da doença e piora dos sintomas.

No entanto, ainda não existem terapias eficazes para pessoas que não foram admitidas no hospital.

Os lares de idosos foram particularmente afetados pelo COVID-19 no Reino Unido e em outros países. Se o estudo com Humira realmente tiver sucesso contra a COVID-19, isso poderá ajudar os idosos, um dos grupos mais vulneráveis em um momento em que os governos estão lutando para conter a pandemia.

O estudo de Oxford é financiado pela iniciativa COVID-19 Therapeutics Accelerator, criada pela instituição de caridade global de saúde Wellcome, bem como pela Fundação Bill e Melinda Gates e pela Mastercard.

Texto publicado no Medscape – Rheumatology