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Dosagem de marcadores ósseos como screening de adesão ao tratamento na osteoporose
Os bisfosfonatos orais são medicamentos de primeira linha comuns no tratamento da osteoporose. No entanto, aproximadamente metade dos pacientes que iniciam o tratamento para a osteoporose não seguem o tratamento conforme prescrito e/ou interrompem o tratamento dentro de um ano. Reconhecer a baixa adesão ao tratamento, um problema frequentemente visto em muitas doenças crônicas, é uma questão crucial, já que a baixa aderência compromete o tratamento, deixando os pacientes com osteoporose desprotegidos contra fraturas.
Uma publicação recente publicada na International Osteoporosis Foundation (IOF) e na European Calcified Tissue Society (ECTS) recomenda a dosagem de marcadores específicos de turnover ósseo em pacientes que iniciaram o uso de bisfosfonatos orais para a osteoporose pós-menopáusica. A mensuração desses marcadores seria clinicamente viável e uma forma prática de identificar baixa adesão. Além disso, podem refletir o efeito inicial do fármaco no tecido ósseo. Se uma baixa resposta for percebida logo após o início do tratamento, isso pode indicar baixa adesão ou apontar para causas secundárias de baixa resposta ao uso do medicamento.
Utilizando os resultados do estudo TRIO como base para as suas recomendações, o Grupo de Trabalho aconselha a mensuração dos níveis séricos de P1NP ( Propeptídeo Amino Terminal do Prócolageno Tipo 1) e CTx ( Telopeptídeo Terminal do Colágeno Tipo 1 ) após três meses de início do tratamento. O período para a avaliação aos três meses é o mais favorável, pois nas primeiras semanas após a prescrição os pacientes estão mais inclinados a interromper o tratamento.
O Grupo de Trabalho recomenda que nos pacientes onde a redução dos marcadores P1NP e CTx não exceda a alteração significativa mínima (38% e 56%, respectivamente), a avaliação da adesão ou possivelmente a investigação de causa secundária da osteoporose deve ser realizada .
Segundo o professor Adolfo Diez-Perez, co-presidente do Grupo de Trabalho da IOF-ECTS, a dosagem de marcadores de turnover ósseo para detectar a falta de resposta aos bisfosfonatos orais é um procedimento prático e de baixo custo que ajuda a identificar uma potencial não adesão de pacientes em início do tratamento.
O co-presidente do Grupo de Trabalho, Professor Richard Eastell, enfatizou que “Será interessante avaliar se estas recomendações têm um impacto na adesão em um ambiente real”.
Texto publicado no ScienceDaily