Você já ouviu falar em ponte miocárdica? Nesse texto você vai conferir o que é, como fazer o diagnóstico e os tipos de tratamentos.
O que é ponte miocárdica?
A ponte miocárdica é uma anomalia congênita da coronária em que uma porção da artéria coronária (a artéria que fornece sangue ao músculo do coração), mergulha no músculo cardíaco em vez de correr ao longo da sua superfície.. O músculo que recobre a artéria denomina-se ponte miocárdica e o segmento intramiocárdico chamamos de artéria tunelizada.
A ponte miocárdica geralmente é uma condição benigna e geralmente assintomática. No entanto, em casos raros, podemos observar sintomas anginosos, arritmias, síndrome coronariana aguda, espasmo coronariano e morte súbita.
A ponte miocárdica é comum?
A prevalência de pontes miocárdicas varia muito de acordo com o método diagnóstico utilizado. Em estudos de autópsia relata-se uma prevalência tão alta quanto 86%. No caso do uso da angiotomografia coronariana (angioTC) esse número reduz para uma média de 25%. Em contraste, a prevalência de ponte miocárdica relatada por angiografia coronária (cateterismo cardíaco) é menor do que estudos de autópsia e angioTC, variando de 0,5 a 16%.
Quais as causas?
As causas exatas da ponte miocárdica ainda não são completamente compreendidas, mas alguns fatores podem contribuir para o seu desenvolvimento. Alguns estudos sugerem que fatores genéticos podem desempenhar um papel, pois a condição pode ocorrer em membros da mesma família. Além disso, algumas evidências indicam que a ponte miocárdica pode estar relacionada ao desenvolvimento anormal do sistema arterial durante o desenvolvimento embrionário.
Qual a artéria mais acometida?
Embora a ponte miocárdica possa ser encontrada em qualquer artéria coronária, as pontes miocárdicas são mais comumente localizadas no segmento médio da artéria coronária descendente anterior esquerda . Os ramos diagonal e marginal podem estar envolvidos em 18% e 40% dos casos, respectivamente.
Quais os sintomas da ponte miocárdica?
Na maioria dos casos, a ponte miocárdica é um achado incidental, e o paciente é assintomático. Mas quando os sintomas estão presentes, eles podem incluir:
Dor no peito: A dor no peito é o sintoma mais comum. Tanto exercício físico como estresse emocional podem desencadear o sintoma. (Confira também: Dor no peito – causas, diagnóstico e tratamento)
Dispneia (falta de ar): Algumas pessoas podem sentir dificuldade em respirar, especialmente durante atividades físicas.
Palpitações: Algumas pessoas relatam sentir batimentos cardíacos irregulares ou rápidos. (Veja: Palpitação cardíaca: Causas, sintomas e tratamento)
Fadiga: Sensação de cansaço ou fraqueza inexplicada.
Tontura ou desmaio: Em casos mais graves, a redução do fluxo sanguíneo para o coração pode levar a tonturas ou desmaios.
Qual o mecanismo para o paciente apresentar dor?
No caso das pontes miocárdicas, o mecanismo responsável pelos sintomas é incerto e controverso. A irrigação do miocárdio ventricular ocorre, quase exclusivamente, durante a diástole (relaxamento do coração). Mas como a ponte reduz a luz da artéria, na grande maioria dos casos, somente durante a sístole (contração do coração), não é fácil explicar o mecanismo da isquemia e, consequentemente, da dor.
Dentre as diversas hipóteses, podemos citar:
1. Compressão sistólica da artéria coronária
Durante a sístole, o músculo cardíaco contrai e comprime o segmento intramiocárdico da artéria. Embora o fluxo coronariano ocorra predominantemente na diástole, a compressão pode causar turbulência e diminuição do fluxo, especialmente em casos de hipertrofia ou espessura significativa do músculo.
2. Isquemia miocárdica relativa
A compressão pode não causar obstrução total, mas pode limitar o fluxo sanguíneo em momentos de alta demanda, como durante o exercício físico, estresse emocional ou taquicardia. Essa isquemia relativa pode ser suficiente para provocar dor torácica semelhante à angina.
3. Espasmo coronário secundário
O estresse mecânico gerado pela ponte miocárdica pode desencadear uma resposta vasoespástica na artéria afetada ou em outras artérias coronárias, intensificando o quadro de dor e isquemia.
O que é a ponte miocárdica?
A ponte miocárdica é uma anomalia congênita em que um segmento de uma artéria coronária, geralmente a artéria descendente anterior (ADA), passa através do músculo cardíaco em vez de sobre ele. Durante a contração do coração (sístole), essa parte da artéria pode ser comprimida, resultando em alterações no fluxo sanguíneo.
Mecanismos da dor na ponte miocárdica
1. Compressão sistólica da artéria coronária
Durante a sístole, o músculo cardíaco contrai e comprime o segmento intramiocárdico da artéria. Embora o fluxo coronariano ocorra predominantemente na diástole, a compressão pode causar turbulência e diminuição do fluxo, especialmente em casos de hipertrofia ou espessura significativa do músculo.
2. Isquemia miocárdica relativa
A compressão pode não causar obstrução total, mas pode limitar o fluxo sanguíneo em momentos de alta demanda, como durante o exercício físico, estresse emocional ou taquicardia. Essa isquemia relativa pode ser suficiente para provocar dor torácica semelhante à angina.
3. Espasmo coronário secundário
O estresse mecânico gerado pela ponte miocárdica pode desencadear uma resposta vasoespástica na artéria afetada ou em outras artérias coronárias, intensificando o quadro de dor e isquemia.
4. Disfunção endotelial
A compressão crônica pode levar a alterações no endotélio vascular, resultando em uma menor capacidade de vasodilatação e maior propensão a fenômenos isquêmicos.
Diagnóstico
A avaliação clínica detalhada e a suspeição clínica são fundamentais. Como dito anteriormente, devemos pensar no diagnóstico de ponte miocárdica em pacientes com dor torácica sem fatores de risco típicos para doenças cardiovasculares.
Geralmente, realiza-se o diagnóstico através de exames de avaliação anatômica (angiotomografia de coronárias, cinecoronariografia). Abaixo descreveremos alguns exames:
Angiografia Coronariana (cateterismo cardíaco) :
Envolve a injeção de um contraste radiopaco nas artérias coronárias, permitindo que os médicos visualizem qualquer compressão ou estreitamento da artéria. Neste procedimento, a ponte miocárdica aparece como um estreitamento de um segmento da artéria coronária durante a sístole, com uma descompressão completa ou parcial na diástole.
Angiotomografia de Coronárias:
A angiotomografia coronariana é uma técnica de imagem não invasiva que usa raios-X para criar imagens detalhadas das artérias coronárias. Pode ser útil para visualizar a anatomia cardíaca, especialmente das artérias coronárias. Este teste, quando interpretado corretamente, é altamente preciso no diagnóstico de ponte miocárdica.
Testes de Estresse:
Os testes funcionais como testes de esforço, ecocardiograma de estresse ou cintilografia miocárdica, ajudam na investigação de dor torácica ou na avaliação da função cardíaca durante atividade física. Em alguns casos, o teste pode revelar alterações no ECG (eletrocardiograma), na contratilidade cardíaca ou na perfusão miocárdica, que podem sugerir a presença de uma ponte miocárdica.
Tratamento da ponte miocárdica
Na grande maioria dos indivíduos, a ponte miocárdica não provoca sintomas e nesses casos não há indicação de tratamento específico. Apenas pacientes sintomáticos ou com sinais objetivos de isquemia (alteração na passagem de sangue nas artérias do coração) nos exames necessitam de tratamento. Esses indivíduos respondem bem ao tratamento medicamentoso, que parece ser o tratamento de escolha para a grande maioria dos indivíduos. Somente pacientes que não melhoram com a terapia medicamentosa devem ser considerados para tratamento percutâneo ou cirúrgico.
Tratamento Medicamentoso
Beta-bloqueadores
Auxiliam a controlar a frequência cardíaca e reduzir o “trabalho” do coração. Os betabloqueadores são capazes de reduzir os sintomas de angina e, portanto, consideramos como terapia de primeira linha .
Bloqueadores de canais de cálcio
Eles ajudam o coração através da redução da carga de trabalho, dilatação das artérias coronárias e melhora do fluxo sanguíneo. São preferidos em pacientes com contraindicações ao uso de betabloqueadores, como broncoespasmo (Ex.: Asma). Além disso, os bloqueadores dos canais de cálcio podem ter efeitos vasodilatadores que podem ser benéficos em pacientes com vasoespasmo coronariano.
Ivabradina:
Pode desempenhar um papel como agente de segunda linha devido à sua capacidade de reduzir a frequência cardíaca. É importante observar que o uso de ivabradina na ponte miocárdica não apresenta muita evidência em estudos, logo, deve ser reservado para casos específicos – pacientes com fração de ejeção reduzida e sintomas de dispneia.
Nitratos:
Por reduzirem a tensão intrínseca da parede coronariana e aumentarem a frequência e a contratilidade cardíaca, podem piorar os sintomas, sendo seu uso contraindicado.
Aspirina e estatina
Na ausência de aterosclerose (placas de gordura nos vasos), não tratamos com aspirina ou estatina.
Intervenção Coronariana Percutânea (ICP):
Faltam dados para o uso dda ICP no tratamento da ponte miocárdica. Logo, o tratamento tem sido reservado para pacientes que apresentam sintomas anginosos que não aliviam com a medicação indicada.
Dadas as principais preocupações relacionadas à reestenose e à fratura do stent, stents de primeira geração devem ser evitados. Por isso, dentre os stents disponíveis para implante percutâneo, preconiza-se o uso de stents farmacológicos de segunda geração que tem como característica uma maior resistência (força radial) para compressão sistólica cardíaca. Já as plataformas de stents bioabsorvíveis geralmente devem ser evitadas devido à falta de resistência radial.
Para garantir a implantação ideal dentro do segmento tunelizado, a inflação do stent deve ser realizada até o limite de pressão recomendado . O superdimensionamento do stent também deve ser evitado para prevenir complicações graves, como perfuração coronária.
Não existem dados sobre a escolha ideal da terapia antiplaquetária dupla após ICP para ponte miocárdica. Mas geralmente utilizamos as condutas preconizadas nas diretrizes de síndrome coronariana aguda ou crônica.
Cirurgia cardíaca
A cirurgia é um tratamento eficaz, embora invasivo, para ponte miocárdica sintomática refratária à terapia médica máxima tolerada. As opções cirúrgicas incluem a revascularização cirúrgica ou miotomia supra-arterial, também conhecida como “unroofing”.
A escolha do tratamento cirúrgico deve utilizar uma abordagem individualizada que considere a anatomia do paciente, as características clínicas e a experiência cirúrgica disponível.
A ponte miocárdica é grave?
Na maioria dos casos, a ponte miocárdica é benigna e assintomática. No entanto, em alguns casos, pode levar a complicações, como angina (dor no peito) e, em casos mais graves e raros, problemas mais sérios, como arritmias ou até mesmo infarto do miocárdio.
A gravidade da ponte miocárdica pode variar de pessoa para pessoa, e nem todas as pessoas com essa condição experimentam sintomas significativos. Se você ou alguém que você conhece tem o diagnóstico de ponte miocárdica ou está preocupado com sintomas cardíacos, é crucial procurar orientação médica de um cardiologista. O tratamento dependerá dos sintomas e da gravidade da condição em cada caso específico.
A ponte miocárdica tem cura?
Não há uma “cura” definitiva para a ponte miocárdica, mas o tratamento é focado no alívio dos sintomas e na prevenção de complicações.
Quem tem ponte miocárdica pode fazer exercício físico?
Em geral, a prática de exercícios físicos é benéfica para a saúde cardiovascular. No entanto, no caso de uma pessoa com ponte miocárdica e sintomas associados, pode ser necessário adaptar o tipo e a intensidade do exercício, além de monitorar de perto os sintomas durante a atividade física.
Portanto, a resposta à pergunta sobre se alguém com ponte miocárdica pode fazer exercício depende da avaliação individual feita pelo médico. E é fundamental levar em consideração a presença de sintomas, a gravidade da condição, a presença de isquemia nos exames cardiológicos e comorbidades.
Ponte miocárdica e aposentadoria
A possibilidade de obter aposentadoria devido à ponte miocárdica dependerá de vários fatores, incluindo a gravidade dos sintomas e a capacidade de realizar atividades laborais. Entretanto, a decisão de conceder aposentadoria por motivos de saúde baseia-se em avaliações médicas e na incapacidade do indivíduo de realizar suas funções de trabalho.
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