Você sente dor na parte inferior da barriga ou anterior da pelve, nas virilhas ou parte interna das coxas, que piora com esforço físico? Isto pode ser osteíte púbica ou pubalgia. Neste post falaremos sobre o que é a pubalgia, quais os sintomas, causas e tratamento. Não deixe de ler!
O que é osteíte púbica ou pubalgia?
A osteíte púbica ou pubalgia é uma inflamação que ocorre na sínfise púbica, uma articulação que fica localizada na parte da frente da bacia entre os púbis esquerdo e direito. Mas onde é que fica o púbis? O púbis é uma parte do osso da bacia ou pelve, que fica localizado em sua região anterior e inferior (entre as coxas em sua parte superior). A imagem abaixo ilustra melhor sua localização. O púbis atua na formação do anel pélvico que protege a bexiga, a próstata (no homem) e o útero ( na mulher) e serve de origem e inserção de músculos do abdome e coxa.
Utiliza-se mais frequentemente o termo pubalgia e seu significado é dor (“algia”) no púbis. É uma condição que frequentemente ocorre em atletas e que é comum também em mulheres grávidas ou no pós parto.
Quem frequentemente apresenta pubalgia?
A osteíte púbica é um tipo de distúrbio da sínfise púbica que normalmente é causado por atividades que sobrecarregam a região do púbis. Qualquer pessoa pode apresentar dor no local (homens e mulheres). No entanto, é uma condição que frequentemente está associada à atividade desportiva (pubalgia do atleta), tanto em amadores quanto em profissionais. É mais comum no sexo masculino.
Abaixo descrevemos alguns esportes que mais frequentemente causam pubalgia. Estes esportes geralmente envolvem chutes, corridas, mudança brusca de movimento ou de rotação do tronco. Os esportes que mais causam podem variar de acordo com a localidade.
- Futebol
- Corrida
- Tênis
- Basquetebol
- Artes marciais
- Hóquei.
Mulheres grávidas ou no pós parto ou pessoas que foram submetidas a uma cirurgia recente no abdômen ou próximo a ele, também têm maior probabilidade de desenvolver a osteíte púbica.
Quais os sintomas da pubalgia?
Os sintomas mais comuns da osteíte púbica incluem:
- Dor na parte inferior do abdômen
- Dor nas virilhas ou nos músculos adutores da coxa (músculos internos da coxa).
- Dor nos órgãos genitais ou perto deles (por exemplo, o períneo).
- Sensação de aperto ou pressão acima da pelve
- Dor que surge ao subir escadas, caminhar, tossir ou espirrar
- Sensação de estalo ou clique ao virar-se na cama, levantar-se da posição sentada ou caminhar
- Fraqueza e dificuldade para deambular
A dor costuma ser descrita como constante ou latejante. E a dor habitualmente ocorre durante ou depois das atividades físicas, mas em casos mais graves, pode ser sentida em repouso.
Quais as causas de osteíte púbica ou pubalgia?
As causas da osteíte púbica são multifatoriais, isto é, podem ter diversos motivos. Frequentemente é causada por uma tensão anormal na sínfise púbica, que pode ser decorrente do desequilíbrio muscular, falta de flexibilidade e disfunção da articulação sacroilíaca. Essas alterações da biomecânica da pelve associadas a movimentos repetitivos que agravam, levam a microtrauma na sínfise púbica, o que resulta em inflamação e contração involuntária da musculatura local.
Abaixo descreveremos algumas dessas alterações que levam à pubalgia:
- Lesão do músculo reto abdominal, em sua inserção no púbis;
- Lesão dos tendões adutores da região (tendão dos músculos que aproximam os membros ao eixo do corpo);
- Impacto femoroacetabular – doença do quadril que causa diminuição da mobilidade coxofemoral; levando a uma sobrecarga de movimento no púbis, causando dor na região;
- Fraqueza na parede muscular abdominal adjacente, conhecida também como hérnia do esporte.
As causas mais comuns de osteíte púbica, que levam às alterações descritas acima, incluem:
- Prática de esporte: Atletas que exercem pressão repetida sobre os músculos e outras estruturas adjacentes à sínfise púbica podem levar à uma inflamação desta articulação.
- Gravidez: A gravidez ou o trabalho de parto prolongado podem causar osteíte púbica.
- Cirurgia: A cirurgia urológica e ginecológica que ocorre perto do abdômen ou da virilha, pode causar pubalgia.
- Doenças reumatológicas
- Trauma grave local ou trauma menor repetitivo
Qual a diferença entre a pubalgia aguda e a pubalgia crônica?
A diferenciação entre pubalgia aguda e crônica está relacionada ao tempo de duração do quadro doloroso. Isto é, se o quadro de dor for menor que 6 meses, chama-se de pubalgia aguda e acima de 6 meses, pubalgia crônica.
Como é feito o diagnóstico da osteíte púbica? E quais exames são necessários?
O diagnóstico geralmente é realizado baseado numa história clínica completa e um exame físico bem realizado. Assim sendo, com esses dados, provavelmente seu médico conseguirá realizar o diagnóstico. Os exames de imagem são necessários para confirmação diagnóstica e para exclusão de outras doenças que causam dor na região. Exame de sangue normalmente não é necessário, apenas em casos de suspeita de infecção local. Por isso, nesses casos, realiza-se dosagem do hemograma, VHS (velocidade de hemossedimentação, proteína C reativa e parcial de urina.
Os exames de imagem mais solicitados são:
- Radiografia.
- Ressonância magnética
- Tomografia computadorizada
- Cintilografia óssea
Como é realizado o tratamento da osteíte púbica?
O repouso com o retorno gradual às atividades costuma ser o tratamento mais comum da osteíte púbica. Esse tempo de recuperação com o retorno gradual permitirá que você aumente as atividades de maneira adequada, segura e sem dor. Evitar o exercício que sobrecarregou a sínfise púbica dará tempo para que sua articulação cicatrize. Isto é verdade principalmente nos casos desencadeados por esporte ou exercício físico. Muitos pacientes precisarão evitar atividade desportiva por até 6 meses.
A fisioterapia também é essencial no tratamento da pubalgia, pois contribui para o fortalecimento dos músculos ao redor dos ossos púbicos e por conseguinte, levando à redução da dor. Além disso, a fisioterapia pode auxiliar na readequação postural, evitando-se movimentos que possam ter causado a sobrecarga nas articulações do quadril ao longo do tempo.
Os antiinflamatórios não hormonais (AINEs) fazem parte do tratamento conservador da osteíte púbica. Considera-se o uso de corticoide oral na falha do uso de AINEs. Mas antes de tomar, consulte seu médico que avaliará qual a melhor medicação e o tempo necessário de uso desses medicamentos.
Injeções de corticosteróides e proloterapia (com lidocaína ou dextrose) podem reduzir a inflamação segundo alguns estudos, no entanto, os especialistas ainda não têm certeza se esses tratamentos são eficientes. Por isso, é sempre importante conversar com seu médico.
Cirurgia de osteíte púbica
Raramente se faz necessária a realização de cirurgia para osteíte púbica. No entanto, se os sintomas de dor persistirem após o tratamento conservador, que consiste em repouso , medicação e fisioterapia, indica-se cirurgia.
Quando indicadas, as cirurgias mais frequentemente realizadas para osteíte púbica, são as que reparam a cartilagem articular ou fortalecem cirurgicamente os músculos do assoalho do abdômen. Geralmente o tempo de recuperação da cirurgia é de 4 a 6 meses.
Quanto tempo demora para se recuperar da pubalgia?
Como já descrito acima, alguns meses são necessários para se recuperar do quadro de dor da osteíte púbica. Portanto, a maior parte dos atletas consegue retornar sem dor ao esporte cerca de três a seis meses após o tratamento ter iniciado.
Como prevenir a osteíte púbica?
A melhor forma de prevenção da osteíte púbica é evitando o uso exacerbado da articulação da sínfise púbica. Por isso, é importante adotar medidas que minimizem ou reduzem a chance de desenvolver dor no local. Seguem abaixo alguns cuidados ao realizar atividade física ou esporte:
- Não continue a atividade se sentir dor;
- Aqueça-se antes de praticar exercícios físicos;
- Alongue-se adequadamente após a atividade física;
- Dê ao seu corpo tempo para descansar após atividades intensas;
- Use o equipamento de proteção adequado.
Pubalgia ou osteíte púbica tem cura?
Felizmente a maioria dos casos de pubalgia apresentam recuperação completa. Levará algum tempo para a cura e reabilitação completa, mas com o tratamento correto, repouso adequado e paciência, você poderá retornar às atividades habituais.
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Dr. Marcelo de Loyola e Silva Avellar Fonseca – Reumatologista
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