Possível causa do lúpus em mulheres pode ter sido encontrada

L&A ATUALIZAÇÕES

Proteina Catepsina S pode ser a causa do lúpus em mulheres

Uma proteína foi identificada como uma possível causa do lúpus em mulheres segundo nova pesquisa. O estudo demonstra que a redução da expressão da proteína Blimp-1 está associada a um aumento da proteína CTSS (Catepsina S), o que faz com que o sistema imune ataque as células saudáveis dos pacientes com lúpus. Estes resultados implicam em uma possibilidade de novas opções terapêuticas para pacientes com lúpus, embora sejam necessárias mais pesquisas.

Uma das principais características do sistema imunológico é a capacidade das células imunes de apresentarem partículas estranhas chamadas antígenos para as células T, que trabalham para eliminar os agentes patogênicos em potencial de nossos corpos. CTSS é uma das proteínas que regula esta apresentação. Estudos anteriores demostraram que a expressão da CTSS desempenha um papel na manutenção do equilíbrio dos componentes do sistema imunológico.

O gene PRDM1 codifica a proteína Blimp-1 e foi considerado um fator de risco em pacientes com lúpus em estudos de associação genômica. Pesquisadores do Feinstein Institute for Medical Research utilizaram ratos deficientes em Blimp-1 para estudar como esta proteína pode afetar o sistema imunológico. O Blimp-1 ajuda a ativar ou inibir a expressão de genes e já foi descrito previamente como um fator de risco em pacientes com lúpus em estudos de associação genômica.

A pesquisa, intitulada “Increased cathepsin S in Prdm1−/− dendritic cells alters the TFH cell repertoire and contributes to lupus“, foi publicado na revista Nature.

Os resultados deste estudo demonstram que a proteína Blimp-1 regula a expressão de CTSS em um tipo de célula imune conhecida como célula dendrítica. Quando há uma expressão diminuída de Blimp-1, como ocorre em alguns pacientes com lúpus, há um aumento na expressão de CTSS.

Os pesquisadores descobriram que um aumento na expressão de CTSS modificou os tipos de partículas que foram apresentadas às células T para depuração. Isso levou o sistema imunológico a atacar células normais e saudáveis. Curiosamente, esse fenômeno estava apenas presente em fêmeas, não em machos.

Um sistema imunológico saudável é capaz de identificar organismos que não estão normalmente no corpo e ativar células como as células T para atacá-las. No caso de pacientes com doenças autoimunes como o lúpus, o sistema imunológico identifica as células saudáveis como algo a ser combatido. O estudo descobriu que a presença de um baixo nível de proteína Blimp-1 ou a sua ausência em uma célula específica levou a um aumento na proteína CTSS, o que induziu o sistema imunológico a identificar células saudáveis como algo a atacar – particularmente nas fêmeas.

Os pesquisadores então inibiram a CTSS nos camundongos, o que levou a uma diminuição no desenvolvimento do fenótipo do lúpus que caracterizava anteriormente esses camundongos com Blimp-1 deficientes. Isso indica que isso pode ser um tratamento para pacientes do sexo feminino com lúpus. No entanto, mais pesquisas precisam ser conduzidas para confirmar que o Blimp-1 é responsável pelo sistema imune hiperativo em pacientes com lúpus feminino.

Texto publicado no Lupus News Today