Diabetes e progressão da estenose aórtica

Progressão da estenose aórtica em pacientes com diabetes

Níveis mais altos de hemoglobina glicada (A1c) em pacientes com estenose aórtica (EA) leve ou moderada foram significativamente associados a uma taxa mais rápida de progressão da estenose aórtica, diz estudo coreano.

Por que isso importa?

A associação entre diabetes e progressão acelerada da estenose aórtica já está bem estabelecida. No entanto, nenhum estudo investigou previamente a associação entre o grau de controle glicêmico e a taxa de progressão da EA.

Os autores disseram que seus achados destacam ainda mais a importância do controle glicêmico em pacientes com diabetes e EA leve a moderada.

O controle da glicose de forma mais rigorosa pode minimizar a progressão da EA em pacientes com diabetes e EA leve a moderada.

Desenho do estudo

Um estudo retrospectivo e observacional de 1.366 pacientes em um único centro acadêmico na Coreia do Sul com estenose aórtica leve a moderada. Todos os pacientes tiveram um exame ecocardiográfico de acompanhamento da valva aórtica realizado pelo menos 6 meses após a avaliação inicial. O tempo médio de acompanhamento foi de 18,4 meses.

O estudo analisou pacientes atendidos de 2003 a 2019; a idade mediana da coorte foi de 74 anos.

A coorte do estudo incluiu 1.037 pacientes sem diabetes (mediana de A1c de 5,8%), 186 pacientes com diabetes e nível basal de A1c inferior a 7% (mediana de A1c de 6,4%) e 143 pacientes com diabetes e A1c basal de pelo menos 7% (A1c mediana de 7,6%)

O desfecho primário do estudo foi a progressão da EA ao longo do tempo. Essa análise foi feita através da medida da velocidade de pico do sangue através da válvula aórtica realizada anualmente.

Principais resultados

A taxa de progressão da estenose aórtica foi significativamente proporcional ao nível de A1c na linha de base. E houve uma taxa de progressão mais rápida naqueles com uma A1c de linha de base mais alta.

Em uma análise de regressão logística multivariável, o nível médio de A1c na linha de base foi significativamente associado à progressão acelerada da EA.

Quando os autores analisaram a A1c como uma variável categórica, uma A1c de 7% ou mais na linha de base se associou significativamente a um aumento na taxa de progressão da EA em comparação com pessoas com uma A1c inferior a 7% na linha de base.

Limitações

O estudo teve um desenho de coorte retrospectivo e, portanto, não pode estabelecer a causa.

Faltavam informações sobre os agentes antidiabéticos usados ​​pelos pacientes no estudo. Consequentemente, os autores não puderam avaliar a relação entre as diferenças na progressão da EA e os tratamentos para diabetes que os pacientes receberam.

O estudo concentrou-se apenas nas medidas ecocardiográficas da EA, mas não considerou alterações na calcificação ou inflamação da válvula aórtica medidas por tomografia computadorizada ou imagem nuclear.

Além disso, o estudo se concentrou exclusivamente em pacientes com EA leve a moderada. Logo, os achados podem não se aplicar a pacientes com valva aórtica calcificada sem estenose nem àqueles com EA avançada e grave.

Publicado no Medscape – Cardiology

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