Baixa Testosterona: Causas e sintomas

Testosterona baixa: causas, sintomas e tratamento

A testosterona é um hormônio essencial para a saúde de homens e mulheres, influenciando desde o desenvolvimento sexual até o bem-estar geral. Com o tempo, os níveis de testosterona podem diminuir, causando vários sintomas e, em alguns casos, exigindo reposição hormonal. Neste texto, explicaremos tudo o que você precisa saber sobre a testosterona, seus sintomas, como aumentar naturalmente e os diferentes tipos de reposição disponíveis.

O que é a testosterona?

A testosterona é um hormônio sexual produzido principalmente nos testículos dos homens e nos ovários das mulheres, embora em menor quantidade. Nos homens, a testosterona é o hormônio chave que regula características como o desenvolvimento dos músculos, pêlos corporais, voz grossa e desejo sexual. Nas mulheres, a testosterona também desempenha um papel importante na libido, na saúde óssea e na regulação de outras funções hormonais.

Esse hormônio é vital em todas as fases da vida. No entanto, com o passar dos anos, os níveis de testosterona naturalmente diminuem, especialmente nos homens, o que pode levar a sintomas incômodos e até mesmo à necessidade de reposição hormonal.

Para que serve a testosterona?

A testosterona tem várias funções importantes no corpo. Em homens, ela é responsável pelo desenvolvimento dos órgãos reprodutivos, como os testículos e a próstata. Além disso, ajuda no crescimento dos músculos, no fortalecimento dos ossos e na produção de espermatozoides.

Nas mulheres, ela é essencial para a manutenção da massa muscular, da densidade óssea e da libido.

Manter níveis adequados de testosterona é crucial para a saúde em geral, já que esse hormônio afeta o humor, a energia, a concentração e até a qualidade do sono.

Qual o valor normal da testosterona?

Os valores normais de testosterona variam de acordo com o sexo e a faixa etária.  Abaixo estão os intervalos típicos, lembrando que podem variar um pouco conforme o laboratório:

Homens:

  • 15 a 18 anos: 300–1.200 ng/dL
  • Adultos (18–39 anos): 300–1.000 ng/dL
  • Adultos (40–59 anos): 300–950 ng/dL
  • Acima de 60 anos: 200–800 ng/dL

Mulheres:

  • 15 a 18 anos: 20–75 ng/dL
  • Adultas (18–39 anos): 15–70 ng/dL
  • Adultas (40–59 anos): 13–60 ng/dL
  • Acima de 60 anos: 10–50 ng/dL

Gravidez:

Os níveis de testosterona em mulheres grávidas podem aumentar consideravelmente, especialmente no terceiro trimestre, podendo atingir até 200 ng/dL ou mais.

Esses valores são para testosterona total. A testosterona livre (fração ativa) tem intervalos diferentes, com valores menores. 

Qual valor de testosterona é considerado baixo?

Em homens, a testosterona é considerada baixa quando está abaixo de 300 ng/dL. Esse quadro é conhecido como hipogonadismo, uma condição em que os testículos não produzem testosterona suficiente.

Nas mulheres, a baixa testosterona pode ser diagnosticada quando os níveis estão abaixo de 15 ng/dL, embora os sintomas possam aparecer mesmo com níveis dentro do intervalo normal, dependendo da sensibilidade de cada pessoa.

O que testosterona baixa pode causar?

Ela pode causar uma série de sintomas e problemas de saúde. Nos homens, os efeitos mais comuns incluem:

  • Diminuição do desejo sexual
  • Fadiga extrema
  • Perda de massa muscular
  • Ganho de peso, especialmente na região abdominal
  • Depressão e irritabilidade
  • Diminuição da densidade óssea
  • Disfunção erétil

Nas mulheres, a baixa testosterona pode levar à perda de massa muscular, baixa libido, fadiga e até problemas com a regulação hormonal.

Métodos naturais para aumentar o nível hormonal

  1. Exercício Regular: A prática de atividades físicas, especialmente o treinamento de força, estimula a produção de testosterona. Priorize exercícios de alta intensidade e musculação.
  2. Sono de Qualidade: Dormir de 7 a 8 horas por noite é fundamental para a produção hormonal. Estabeleça uma rotina de sono regular e evite distrações antes de dormir.
  3. Gerenciamento do Estresse: Altos níveis de estresse podem elevar os níveis de cortisol, o que interfere na produção de testosterona. Pratique técnicas de relaxamento, como meditação ou ioga.
  4. Exposição ao Sol: A luz solar aumenta a produção de vitamina D, que está relacionada aos níveis de testosterona. Aproveite o sol por pelo menos 15 a 30 minutos diariamente.
  5. Manter um Peso Saudável: O excesso de peso pode afetar negativamente os níveis de testosterona. Adote uma dieta equilibrada e um estilo de vida ativo para manter um peso saudável.

Alimentos que aumentam a testosterona naturalmente

Alguns alimentos podem ajudar a elevar os níveis de testosterona de forma natural. A inclusão desses itens na dieta pode ter um impacto positivo na saúde hormonal. Aqui estão alguns deles:

  1. Ovos: Ricos em vitamina D e colesterol, os ovos ajudam na produção de testosterona. Consuma-os cozidos ou mexidos para aproveitar seus benefícios.
  2. Carnes magras: Carnes como frango e carne bovina fornecem proteínas de alta qualidade e zinco, um mineral essencial para a produção de testosterona. Prefira cortes magros para equilibrar a ingestão de gordura.
  3. Peixes gordurosos: Salmão e atum são ótimas fontes de vitamina D e ácidos graxos ômega-3, que favorecem a saúde hormonal. 
  4. Nozes e sementes: Amêndoas, nozes e sementes de abóbora oferecem ácidos graxos saudáveis e zinco. Um punhado por dia pode ajudar a aumentar os níveis de testosterona.
  5. Verduras de folhas verdes: Espinafre e couve são ricos em magnésio, um mineral que pode contribuir para a produção de testosterona. Adicione essas verduras às suas refeições diárias.

Quando a reposição hormonal está indicada?

A reposição de testosterona está indicada principalmente quando um paciente apresenta níveis baixos de testosterona confirmados por exames laboratoriais, associados a sintomas clínicos de deficiência.  Abaixo as condições médicas que indicam reposição:

  • Hipogonadismo: Doença em que os testículos não produzem testosterona suficiente devido a problemas no eixo hipotálamo-hipófise-testículos.
  • Deficiência androgênica tardia (DAT): Comum em homens mais velhos, que apresentam sintomas e exames de testosterona consistentemente baixos.
  • Casos de lesão nos testículos: Quando há danos que afetam a produção hormonal.
  • Tratamento de câncer de próstata: Alguns pacientes pós-tratamento podem desenvolver hipogonadismo.

Tratamento para reposição de testosterona

A reposição de testosterona é um tratamento eficaz para homens que apresentam baixos níveis desse hormônio, conhecido como hipogonadismo. Existem várias opções de tratamento disponíveis, cada uma com suas características específicas. Abaixo, encontram-se os principais tipos de tratamento:

1. Gel ou creme de testosterona (uso tópico)

  • Doses: A dose inicial varia de 50 mg a 100 mg aplicados diariamente. A quantidade depende da concentração do gel (geralmente 1% a 2%).
  • Como é aplicado: O gel é aplicado diretamente na pele, geralmente nos ombros, braços ou abdômen, uma vez ao dia.
  • Vantagens: Liberação gradual e estável da testosterona, fácil aplicação.
  • Desvantagens: Risco de transferência para outras pessoas se houver contato de pele após a aplicação.

2. Injeções intramusculares (depo-testosterona, enantato de testosterona, cipionato de testosterona)

  • Doses:
    • Undecanoato de testosterona (durateston): Dose inicial de 1.000 mg, com uma segunda dose após 6 semanas, e depois a cada 10 a 14 semanas.
  • Vantagens: Longo intervalo entre aplicações (especialmente com o undecanoato), controle preciso dos níveis.
  • Desvantagens: Necessidade de aplicação intramuscular, picos de testosterona logo após a aplicação e queda antes da próxima dose, o que pode causar flutuações nos sintomas.

3. Adesivo transdérmico (patch)

  • Doses: Geralmente 2,5 mg a 5 mg aplicados diariamente, podendo ser ajustado conforme os níveis de testosterona no sangue.
  • Como é aplicado: O adesivo é colocado em áreas secas da pele, como a parte superior do corpo ou as coxas, uma vez ao dia.
  • Vantagens: Liberação contínua de testosterona, aplicação simples.
  • Desvantagens: Irritação na pele em alguns pacientes, risco de descolamento.

4. Implantes subcutâneos (pellets)

  • Doses: Entre 600 mg a 1200 mg de testosterona são implantados sob a pele, geralmente na região glútea, a cada 3 a 6 meses.
  • Vantagens: Liberação sustentada por vários meses, sem a necessidade de aplicações frequentes.
  • Desvantagens: Procedimento cirúrgico pequeno para inserção, risco de infecção ou rejeição do implante.

5. Testosterona oral (undecanoato de testosterona)

  • Doses: 120 mg a 160 mg por dia, dividido em 2 doses, podendo ser ajustado conforme os níveis de testosterona.
  • Vantagens: Via de administração conveniente para quem não quer injeções ou aplicações tópicas.
  • Desvantagens: Menor eficácia em relação a outras formas, necessidade de doses frequentes e monitoramento cuidadoso por potencial impacto no fígado.

Monitoramento

Após o início da reposição de testosterona, é importante monitorar os níveis hormonais, geralmente 2 a 3 meses após o início, e ajustar a dose conforme necessário. Exames laboratoriais devem incluir testosterona total e livre, hematócrito, PSA (antígeno prostático específico), além de outros parâmetros que podem ser relevantes, como função hepática e perfil lipídico.

A escolha da modalidade e dose depende da preferência do paciente, perfil de adesão ao tratamento, custo e a resposta clínica. É essencial o acompanhamento regular com o médico para ajustar o tratamento e monitorar os possíveis efeitos colaterais.

Quais são os riscos da reposição hormonal masculina?

A reposição hormonal masculina, especialmente a terapia com testosterona, pode oferecer benefícios, mas também apresenta riscos que devem ser  considerados. Aqui estão alguns dos principais riscos associados a esse tratamento:

Aumento do risco cardiovascular

Homens que utilizam testosterona podem experimentar um aumento na pressão arterial e alterações nos níveis de colesterol, o que pode elevar o risco de doenças cardíacas e derrames.

Problemas com a próstata

Embora não haja evidências claras de que a testosterona cause câncer de próstata, ela pode estimular o crescimento de cânceres já existentes ou de lesões pré-cancerosas. Por isso, homens em tratamento devem ser monitorados para alterações na próstata.

Apneia do sono

A reposição de testosterona pode piorar a apneia do sono em homens que já têm essa condição, dificultando a respiração durante o sono. Avaliação do sono pode ser necessária antes de iniciar a terapia em pacientes com histórico de apneia.

Efeitos sobre a fertilidade

O uso prolongado de testosterona exógena pode suprimir a produção natural de testosterona pelos testículos, levando à atrofia testicular e possível infertilidade. Esse efeito pode ser irreversível, por isso homens que desejam ter filhos no futuro devem discutir outras opções terapêuticas.

Alterações psicológicas

Alguns homens relatam mudanças de humor, irritabilidade ou até sintomas de depressão associados ao uso de testosterona.

Efeitos colaterais físicos

O uso de testosterona pode causar acne, retenção de líquidos, aumento do tamanho das mamas (ginecomastia) e aumento do risco de coágulos sanguíneos.

Problemas hepáticos

A testosterona oral, especialmente em altas doses ou uso prolongado, pode afetar o fígado e aumentar as enzimas hepáticas, levando a possíveis danos ao órgão.Testes de função hepática devem ser realizados regularmente, especialmente em homens que usam testosterona oral.

Perguntas Frequentes:

Testosterona baixa afeta o desempenho sexual? 

A testosterona baixa afeta significativamente o desempenho sexual. Primeiramente, essa condição pode levar a uma diminuição do desejo sexual, conhecida como libido. Quando os níveis de testosterona caem, muitos homens relatam uma perda de interesse em atividades sexuais. Além disso, a baixa testosterona pode resultar em dificuldades de ereção. A falta do hormônio interfere na capacidade de alcançar e manter uma ereção adequada.

Outros efeitos incluem a redução da sensibilidade durante a relação sexual. Essa diminuição pode levar a experiências menos satisfatórias. Por outro lado, a testosterona desempenha um papel crucial na produção de esperma. Portanto, homens com baixos níveis desse hormônio podem enfrentar problemas relacionados à fertilidade.

Para agravar a situação, a testosterona baixa também afeta o humor e a energia. Muitos homens relatam fadiga, irritabilidade e até depressão, o que pode impactar ainda mais o desempenho sexual. É importante considerar que a relação entre testosterona e função sexual é complexa e envolve fatores psicológicos e físicos.

A reposição de testosterona pode causar infertilidade?

Sim. Como dito anteriormente,  a reposição de testosterona pode afetar a fertilidade masculina. O tratamento com testosterona pode reduzir a produção de espermatozoides nos testículos, resultando em infertilidade temporária ou permanente. Por isso, homens que desejam ter filhos devem discutir alternativas com seus médicos antes de iniciar a reposição.

A reposição de testosterona é segura a longo prazo?

O uso de testosterona a longo prazo ainda é um tema de debate entre os especialistas. Embora o tratamento possa melhorar significativamente a qualidade de vida de pessoas com hipogonadismo, ele também pode estar associado a riscos cardiovasculares, como aumento do risco de ataque cardíaco e acidente vascular cerebral (AVC).

Portanto, é crucial que o tratamento seja monitorado regularmente por um médico para minimizar esses riscos.

A reposição de testosterona ajuda a ganhar massa muscular?

Sim, a reposição de testosterona pode ajudar no ganho de massa muscular, especialmente em homens com deficiência desse hormônio. No entanto, o tratamento deve ser realizado apenas sob supervisão médica. Ganhar massa muscular de maneira saudável também depende de fatores como dieta e exercício físico regular.

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Dr. Alexandre L. S . Avellar Fonseca – Cardiologista